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Seminário debate desafios para a agricultura na América Latina

O evento reuniu especialistas internacionais e nacionais ligados à agricultura e à alimentação


Discutir o potencial da agricultura da América Latina, seu desempenho frente aos riscos, desafios e oportunidades no cenário econômico internacional, e o seu desempenho frente à crescente demanda global por alimentos é o objetivo do Seminário Internacional "Desafios e Oportunidades para a Agricultura na América Latina", que teve início nesta quinta-feira (10), no Centro Cultural da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

O evento reuniu especialistas internacionais e nacionais ligados à agricultura e à alimentação para analisar o relatório "Perspectivas Agrícolas 2019-2028", da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O texto, entre outros resultados, projetou a consolidação da América Latina e do Caribe como principais produtores globais de alimentos. A região responderá por mais de 25% das exportações mundiais de produtos agrícolas e pesqueiros, em um prazo de dez anos.

O primeiro dia do seminário internacional foi marcado pelo exame do panorama da agricultura mundial e do posicionamento da América Latina nesse contexto, sob os pontos de vista das políticas públicas que regulam e fomentam o setor, e dos cenários econômicos global e regional nos quais a agricultura latino-americana está inserida. 

Foram analisadas ainda as perspectivas para os mercados agrícolas internacionais e os desafios que a agricultura latino-americana terá que vencer para manter o crescimento da produção e das exportações. Os efeitos provocados na agricultura da América Latina pelas disputas nas relações entre os blocos comerciais também foram debatidos, com destaque para a influência do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia e as tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

As mudanças climáticas e os desafios da logística de produção e comercialização são fatores que influenciam diretamente o mercado do agronegócio mundial e também foram examinados.

Representando a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eduardo Sampaio, avaliou que o seminário é mais do que uma oportunidade para Brasil e América Latina discutirem os avanços da agricultura; a efetividade das políticas públicas, e o papel do Estado no fortalecimento do setor. 

"Ele vai além disso. Trata-se também de uma ocasião valiosa para a integração do Brasil com as nações vizinhas e a troca de conhecimento sobre as experiências positivas na agricultura de cada um desses países", ressaltou Eduardo Sampaio. 

Para Eduardo Sampaio, o Brasil está preparado para ampliar seu protagonismo no setor agrícola internacional e vem tomando medidas para fortalecer ainda mais o crescimento do agronegócio nacional. Como exemplo desse esforço ele citou a medida provisória 897, assinada em 1º de outubro pelo presidente Jair Bolsonaro, que criou condições para a redução das taxas de juros dos créditos agrícolas e ampliou a possibilidade da participação dos recursos privados no financiamento do agronegócio, dentre outros incentivos para o setor agrícola brasileiro.

"Os mercados e a população mundial contam com o Brasil para o fornecimento de alimentos em geral.  Estamos ampliando nossa produtividade e reformando nosso sistema de financiamento agrícola para, dentre outras coisas, aumentar a participação dos recursos do setor privado nesse fomento (agrícola) e podermos concentrar os recursos públicos federais prioritariamente no financiamento do pequeno produtor rural", disse o secretário.

Além de Eduardo Sampaio, participaram da cerimônia de abertura o ex-ministro Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV, e do chefe da Divisão de Comércio e Mercados Agroalimentares da OCDE, Jonathan Brooks.

Com o apoio de Mapa, FGV, OCDE e AMIS (Sistema de Informações de Mercado Agrícola do G20), o seminário seguirá nesta sexta-feira (11), das 9h às 16h15, com discussões sobre as políticas públicas regionais; biocombustíveis; logística e infraestrutura; inovação tecnológica; créditos rurais, e as políticas públicas para o agronegócio.

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