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"Abag prejudicava nossa imagem", diz Aprosoja

Presidente anunciou, em uma coletiva de imprensa, desfiliação da entidade


Foto: Fredox Carvalho

A Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja) que reúne 16 entidades estaduais, anunciou que vai se desfiliar da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) em uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (30). O presidente da entidade, Bartolomeu Braz, atribuiu a medida a “um descontentamento com a postura de divulgação do que realmente o agronegócio faz”.

O Brasil é o maior produtor de soja do mundo, tendo concluído o ciclo 19/20 com 124 milhões de toneladas . Todo esse volume é produzido em apenas 4% da área total do país ou 36 milhões de hectares. A Aprosoja questiona a imagem de um produtor que não preserva. Segundo Braz esse número é apenas 1% dos produtores e a entidade busca identificar, unir e solicitar aos órgãos ambientais que retirem essa fatia que mancha o setor.  
 
Sobre as queimadas o dirigente ressalta que demora pelo menos 5 anos para recuperar uma área e por isso o produtor fica dia e noite apagando o fogo que prejudica sistema de plantio e reserva legal. “Buscamos que a sociedade entenda que as propriedades são sustentáveis e nos sentimos prejudicados dentro da Abag porque essas informações não chegavam”, destacou.

 A Aprosoja ainda anunciou que vai fazer uma união da produção legal dentro do Brasil com várias entidades produtoras como ONGs que trabalham a produção na Amazônia Legal, que unem produção e conservação. “Vamos buscar quem vive na pele a produção rural para mostrarmos um Brasil que é realmente Brasil. Nossa população não conhece o agro e esse é um trabalho árduo. Dentro da Abag éramos voto vencido por outras entidades. Éramos pegos de surpresa por debates e informações sem nossa autorização. A imagem estava prejudicada”, completa Braz. 

A “gota d’água” foi a entrega de um documento ao governo federal, feito no último dia 15, assinado pela Coalização Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne 230 entidades incluindo a Abag, pedindo ao presidente Jair Bolsonaro seis medidas para reduzir o desmatamento no Brasil, especialmente na Amazônia Legal.

“Vamos fazer uma união pelo meio ambiente para valorizar quem produz certo. Saímos da Abag porque eles vinham com uma linha que não fazia sentido e não defendia o produtor, colocava tudo nas costas do produtor. Isso não dá mais e não vai resolver o problema” enfatizou Fabrício Rosa, diretor executivo da Aprosoja. 

Procurada por nossa reportagem até o momento desta publicação a Abag não havia se manifestado. 
 

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