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“Bye, bye Brasil” à liderança na produção de carne de frango


Consultem-se todas as projeções de organismos internos e externos e se verá que o Brasil ocupa e tende a manter posição imbatível em relação a outros países, tanto na produção de carne de frango (terceiro maior produtor mundial) como na exportação do produto, liderada mundialmente pelo frango brasileiro.


Pena, apenas, que essas posições estejam em risco iminente de despencar. Simplesmente porque os componentes básicos de um frango (milho e farelo de soja) atingem internamente valores impossíveis de serem cobertos quer pelo exaurido consumidor brasileiro, quer pela centena e meia de importadores da carne de frango conquistada ao longo de quase quatro décadas.

Isso, porém, não é o mais preocupante, nem o mais lamentável. Pois o que poderia ser apenas uma crise momentânea, corre o risco de apresentar desdobramentos ainda mais sérios no médio e longo prazos.

Essa hipótese já começa a se concretizar porque, após operar onerosamente na maior parte do primeiro semestre (devido, exatamente, ao alto preço dessas duas matérias-primas), grande parte dos diversos segmentos que compõem a cadeia produtiva do frango já não dispõe, agora, de capital (e muito menos de crédito) para manter as atividades normais. Assim, começa-se – não por vontade própria mas por imposição da evolução da economia – a reduzir significativamente o ritmo produtivo, algo que afeta, também, a normal reposição de novas matrizes reprodutoras.


Em outras palavras, sem a remuneração que permita reinvestimentos na atividade, está sendo deflagrado neste instante um processo que vai afetar o abastecimento de carne de frango de 2013 e, eventualmente, até dos anos posteriores, pois a queda de alojamentos tende a se refletir também no segmento que produz a “avó” do frango nosso de cada dia.

Para tentar evitar que a defasagem entre o custo de produção e os preços de venda aumente ainda mais, o produtor começa a fazer o que entende ser “a sua parte”: procurar readequar o volume produzido ao consumo recessivo da atualidade.

Mas garantir, por exemplo, que haja rentabilidade suficiente capaz de permitir que a reposição de novas reprodutoras siga sem solução de continuidade depende de iniciativas do poder público.

Quer como geradora e mantenedora de empregos, quer como abastecedora de uma carne barata e nutritiva para a população ou, ainda, como captadora de divisas para o País, a avicultura não pode ficar ao Deus dará.

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