"É preciso promover a agricultura regenerativa para recuperar áreas afetadas", diz Lucíola Magalhães
É fudamental que tecnologias agrícolas sejam adotadas para mitigar danos
Em um discurso impactante durante o Abisolo Fórum e Exposição, Lucíola Alves Magalhães, Chefe-Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, abordou a crítica situação enfrentada pelo Rio Grande do Sul devido às inundações recentes. Magalhães destacou o apoio contínuo da Embrapa ao governo estadual, ao sistema CNA-Senar e à Presidência da República, enfatizando a necessidade urgente de identificar e auxiliar as famílias rurais que ainda podem estar isoladas em consequência das chuvas intensas.
"Estamos comprometidos em apoiar o Rio Grande do Sul, identificando áreas onde as famílias rurais ainda podem estar isoladas. Atualmente, cerca de 120 municípios estão em estado de calamidade, com aproximadamente 10% da área de cada município inundada. Em alguns casos, mais de 50% do território municipal foi afetado," relatou Magalhães.
A magnitude da tragédia é evidente, com cerca de 22 mil propriedades rurais e mais de 20 mil domicílios diretamente impactados pelas enchentes. As áreas agrícolas sofreram consideravelmente, com 11% da área de cultivo de arroz, 1,4% de soja, 1,2% de pastagens e 4% de outras culturas submersas.
Além das áreas inundadas, a chefe-adjunta alertou sobre o impacto a longo prazo das chuvas excessivas nas terras agrícolas. "Ainda estamos avaliando todas as áreas agrícolas afetadas. A inovação só acontece quando os produtores adotam tecnologias. É fudamental que tecnologias agrícolas, desde insumos até práticas de manejo, sejam adotadas para mitigar os danos," acrescentou.
Magalhães reforçou a importância das práticas de conservação do solo, destacando que campanhas educativas e assistência técnica são essenciais para incentivar os agricultores a adotarem métodos conservacionistas. "Precisamos promover uma agricultura regenerativa em um curto espaço de tempo para recuperar as áreas afetadas e garantir a sustentabilidade da agropecuária no estado," afirmou.
A Embrapa, em colaboração com diversas instituições, está fornecendo dados e informações cruciais para a recuperação do setor agrícola no Rio Grande do Sul. "Nossa missão é agir rapidamente, reconhecer os danos e reposicionar os agricultores e a indústria para a reconstrução do estado," concluiu Magalhães.