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“Erva-mate e o Código Florestal” encerra série de Painéis sobre a espécie

O tema foi legislação e políticas públicas para a erva-mate


Foto: Marcel Oliveira

Em 17/12, a Embrapa Florestas realizou o último painel da série de eventos on-line “Erva-mate XXI: Inovação e Tecnologias para o Setor Ervateiro”. O tema foi legislação e políticas públicas para a erva-mate. Os eventos foram organizados pela Embrapa Florestas e contaram com a parceria do IDR-Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

Valdir Colatto e Humberto Navarro, diretor geral e diretor de pesquisas e informação florestal do Sistema Florestal Brasileiro (SFB), respectivamente, abordaram o tema "Erva-mate e o Código Florestal".

Valdir Colatto comentou sobre a Lei 13.288 (Lei da Integração), da qual foi relator. “Esta lei levou 10 anos para ser aprovada no congresso nacional, com foco maior na indústria de suínos e aves, que em Santa Catarina é muito forte. Mas a Lei da Integração é para todas as áreas no agro, tanto vegetal como animal e com certeza se a erva-mate entrar nessa área de integração, a cadeia vai evoluir muito”, garante. Colatto disse que um dos seus principais focos de trabalho no SFB, que agora está ligado ao Ministério da Agricultura, será encampar a questão das florestas plantadas, sejam as exóticas, sejam as nativas. “Nós estamos imbuídos pela necessidade do SFB em trabalhar a economia da floresta, por isso queremos ser o ponto focal desse processo. Então é importante que nós juntemos nosso conhecimento para fazermos um fomento desse trabalho na atividade da erva-mate”, reforça.

Em seguida, o diretor de pesquisas e informação florestal do SFB, Humberto Mesquita Navarro, mostrou o que pode ser feito com os inventários florestais para promoção da erva-mate. “Nossa missão no SFB é promover o uso da floresta, sendo ela um ativo para o produtor, para que ele obtenha recursos, renda e agregue valor às espécies que fazem parte da floresta”, afirma. Na região Sul, foram realizadas 4.268 entrevistas e as informações poderão subsidiar municípios e estados na gestão das florestas, no caso da erva-mate. Os entrevistados apontaram quais são as espécies florestais mais utilizadas, entre outras questões. Em Santa Catarina, a erva-mate figura entre as mais importantes espécies. Já no Paraná, quem lidera é a araucária, como a mais citada.

De acordo com os dados da pesquisa de Produção Vegetal e da Silvicultura (PEVS-IBGE), o Brasil produz anualmente 362 mil toneladas de erva-mate em áreas florestais, sendo o Paraná o maior produtor (86%), seguido de Santa Catarina (23,9 mil ton) e Rio Grande do Sul (23,8 mil ton). “Existem também as lavouras plantadas que produzem mais 517 mil toneladas, totalizando 870 mil toneladas de erva-mate produzidas anualmente na região Sul”, afirma. Navarro também mostrou dados de exportação, em que se destaca o Uruguai como o maior importador de erva-mate brasileira (28 mil toneladas por ano).

O diretor de pesquisas mostrou gráficos de produção e valor com o passar dos anos por microrregião. Foram mostrados também dados de ocorrência da erva-mate, a densidade de indivíduos e onde predominam os pequenos imóveis (agricultura familiar), bem como dados do remanescente de vegetação nativa declarada no CAR- regularidade florestal. Com essas informações reunidas, foi possível gerar um índice para identificar regiões com um potencial de desenvolvimento da cadeia produtiva da erva-mate.

“É interessante que se acesse o site do SNIF (Sistema Nacional de Informações Florestais) para manipular estas informações, gerar os próprios gráficos, de acordo com o interesse”, estimula. Navarro também compartilhou um exercício do uso dos dados florestais para a produção de informações, com o intuito de evidenciar a utilidade dos dados, mostrando, por exemplo, onde tem o recurso florestal, qual o tipo de propriedade e como ela está organizada. Uma novidade trazida se refere à disponibilização de dados brutos. A partir de novembro de 2020, os dados brutos do inventário do SFB foram disponibilizados, em formato aberto, possibilitando que sejam processáveis, possibilitando diversas aplicações das informações. O Painel completo está disponível no Canal da Embrapa no Youtube.

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