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“Funai é a maior vilã do País e pratica atos terroristas”, diz ruralista

Produtores rurais e parlamentares federais, em reunião com o vice-presidente Michel Temer


A fundação nacional do índio (FUNAI) foi “pintada” e retratada por produtores rurais e parlamentares federais, em reunião com o vice-presidente Michel Temer, na manhã desta quinta-feira (16), como ao maior vilã da história recente da República por causa de “atos terroristas praticados contra os interesses nacionais, contra o setor produtivo, contra assentados e contra os próprios índios”. 


Em tom uníssono senadores, deputados federais, presidentes de federações e líderes campesinos fizeram um apelo dramático ao vice- presidente da República, no sentido de suspender em caráter emergencial todas as demarcações de novas áreas indígenas, os processos de ampliação das reservas já existentes e a revisão das últimas demarcações realizadas pelo órgão federal, as quais estariam, segundo eles, 100% irregulares. 

Além de vilã, a fundação foi tachada como funesta, traiçoeira mentirosa, fraudadora, terrorista e semeadora dos últimos conflitos agrários do País. Um parlamentar do Pará mais exaltado pediu inclusive a extinção do órgão, sugestão endossada também pelo senador Jaime Campos (DEM).

"A Funai precisa ser eliminada, extinta, porque pratica atos lesivos, fraudulentos e ilegais contra milhares de famílias em diversos estados do Brasil”, declarou Jaime Campos, em entrevista para a Agro Olhar / Olhar Direto. Na opinião do congressista democrata, a fundação de defesa dos índios “está apenas defendendo interesses internacionais e dos ambientalistas xiitas e ONGs que estão a serviço dos europeus e norte-americanos”. 


No mesmo diapasão dos parlamentares, vários produtores rurais (pequenos, médios e assentados) relataram fatos dramáticos que ocorreram com seus familiares e companheiros.

Visivelmente emocionado e com os olhos embargados, Michel Temer garantiu que vai tomar todas as providências cabíveis no sentido de impedir os abusos praticados por servidores graduados da Funai, e marcou uma nova reunião que deve ocorrer entre o final de maio e começo de junho, diante do que ele classificou como denúncias gravíssimas. 

Além da suspensão imediata das demarcações e da ampliação de reservas e revisão dos últimos processos demarcatórios, os produtores querem que o governo edite a portaria 303. O ato determina que qualquer nova demarcação deve passar obrigatoriamente pelo Congresso e pelo Ministério do Meio Ambiente.

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