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‘Minas Leite’ ajuda produtor a aumentar renda em 40%

Cada uma das 140 propriedades mineiras acompanhadas pelo programa tinha inicialmente uma renda anual de quase R$ 30 mil


A renda dos produtores que aderiram ao programa Minas Leite, criado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) , aumentou cerca de 40% em dois anos, com um acréscimo médio superior a R$ 11,4 mil em consequência da venda do produto e comercialização de bezerros. De acordo com o coordenador do programa pela Seapa, Rodrigo Puccini Venturin, “a melhoria da gestão das atividades e principalmente a redução de gastos com a alimentação das vacas foram de fundamental importância para a obtenção desses resultados”.

Venturin explica que “os resultados correspondem à proposta do Minas Leite, de proporcionar uma produção sustentável, o aumento da oferta e a melhoria da qualidade do alimento, com redução de custos, e assim incrementar a renda familiar”. Cada uma das 140 propriedades mineiras acompanhadas pelo programa tinha inicialmente uma renda anual de quase R$ 30 mil, sendo a cifra de R$ 26 mil por conta da retirada de leite e o restante garantido pela venda de animais novos.

“Portanto, a receita média subiu para R$ 41,4 mil depois que as propriedades adotaram novas práticas de manejo e diminuíram o volume de concentrado”, enfatiza o coordenador. Ele acrescenta que o custo médio do alimento para vacas em lactação, em cada propriedade, caiu cerca de 20%. Era de aproximadamente R$ 1,5 mil por ano e atualmente é inferior a R$ 1,2 mil.

Venturin destaca a atuação dos extensionistas da Emater-MG. “Eles recomendam aos produtores a manutenção do equilíbrio no número de vacas por hectare. Essa medida possibilita principalmente a melhoria das condições de alimentação dos plantéis”, observa.

Ele ressalta ainda que “o correto manejo das vacas está conjugado com a utilização de ração conforme as necessidades de cada animal”. Para facilitar o controle da alimentação, os animais são colocados em piquetes ou áreas de pastagem protegidas por cercas eletrificadas, que podem ter como suporte estacas de madeira ou bambu obtidos na propriedade. Nos piquetes, que são instalados próximos do local de ordenha, há uma área com sombra onde os animais encontram alimento básico constituído de cana-de-açúcar com uréia, além de sal e água.

Mais fertilidade

De acordo com o coordenador do Minas Leite pela Emater, Elmer Ferreira Luiz de Almeida, o cuidado com a alimentação gera benefícios como o aumento de fertilidade. O relatório das ações do Minas Leite em dois anos mostra que houve aumento da ordem de 100% no número de animais nascidos nas fazendas assistidas pelo programa nesse período. Cada lote de 23 vacas gerava por ano cerca de 7 bezerros e atualmente a relação é de 23 para 14.

Para Almeida, “o aumento do índice de nascimentos de bezerros é vantajoso em qualquer circunstância, mas atualmente existe um motivo a mais para animar os produtores: a excelente cotação dos animais novos para carne e leite.” Segundo o coordenador, um levantamento da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de São Paulo, mostra que esse mercado está firme há mais de três anos. O preço dos bezerros teve incremento superior a 80% nesse período, tornando a sua comercialização mais rentável que a do boi gordo.

Almeida observa ainda que as práticas implantadas pelo Minas Leite têm possibilitado também a redução do índice de mortalidade de bezerros nas propriedades. “Neste caso, houve uma queda de 53% desde o início do programa”, informa. “Existe a perspectiva de melhorar o aproveitamento dos animais com a introdução, nas propriedades, de um maior volume de gado F1 (cruzamento de zebu com vaca europeia como a holandesa). Essa medida vai garantir a produção, na agricultura familiar, de bezerros de alta qualidade para leite e corte.” Os estudos para dar suporte a esse trabalho são realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), também vinculada à Seapa.

Atividade forte

Minas Gerais é o maior produtor nacional de leite, com 7,2 bilhões de litros/ano, totalizando um terço de toda a produção no país. O excedente exportável do Estado alcança 3,5 bilhões de litros/ano e o rebanho leiteiro, também o maior do país, é composto por 7 milhões de vacas. Na atividade, que gera 1,2 milhão de empregos, mais de 70% dos produtores são de pequeno porte, com a retirada abaixo de 100 litros por dia. Esses produtores podem se cadastrar no Minas Leite, nas unidades da Emater, devendo comprovar a sua condição de agricultor familiar.

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