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"O arroz não está caro", diz advogado

Entenda o que explica esse aumento nos preços?


Foto: Pixabay

Nos últimos dias, houve uma grande repercussão sobre a alta do preço do arroz. Falou-se que o valor da saca dobrou, que os estoques estão baixos e que o Governo Federal zerou a taxa de importação. O tema adquire especial relevância em nosso Estado, porque mais de 70% da produção brasileira tem origem em solo gaúcho.

De acordo com o artigo "O arroz não está caro", de Guilherme Bier Barcelos, Sócio do escritório RMMG Advogados, o que explica esse aumento nos preços? Inicialmente, é preciso dizer que o valor da saca estava defasado faz bastante tempo. Prova disso, aliás, é que os orizicultores amargaram prejuízos sucessivos, porque venderam seus estoques por valores que não cobriam os custos de produção. Da mesma forma, o Brasil importa arroz de países do Mercosul — o que garantiu uma estabilidade no preço, pois o custo de produção nos países vizinhos é inferior ao custo brasileiro.

Em razão da queda do preço pago aos orizicultores, muitos deles migraram para outras culturas, como a soja. Desse modo, o tamanho da área de arroz cultivada vem caindo. Além disso, na safra 2019/2020, tivemos uma seca de grandes proporções, o que contribuiu para a diminuição da produção. Por fim, o aumento do valor do dólar facilitou as exportações e desestimulou as importações. Tudo isso somado a um fato evidente: o mundo vivencia uma pandemia, que gera complexos e diversos reflexos na economia global.

Entretanto, é importante ficar claro que, muito embora o preço tenha subido, a relação custo-benefício continua sendo vantajosa para o consumidor. Afinal, 1kg de arroz alimenta dez pessoas e custa menos de R$ 5. Em verdade, o preço atual cobre os custos de produção e ainda permite ao produtor lidar com o endividamento acumulado – o que é uma realidade do setor — ou então realizar investimentos. Em resumo, embora o preço tenha aumentado, não se pode afirmar que o arroz está caro. Ele está, isto sim, próximo do desejado equilíbrio.

 Artigo enviado por Guilherme Bier Barcelos, Sócio do escritório RMMG Advogados

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