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"O conflito com o campo deixou o país em estado de assembléia"

Joaquín Morales Solá observa um esgotamento dos modelos econômico e político oficiais


 O conflito entre governo e o campo marcou um antes e depois na vida política e econômica da Argentina. "Deixou o país num estado de assembléia, onde ninguém decide nada ou todos decidem alguma coisa", sugeriu ontem o analista político de "La Gaceta" e de "La Nación", Joaquín Morales Solá, num auditório de 400 produtores que participaram do VIII Congresso Regional CREA NOA, que terminou ontem no Hotel Sol San Javier.

Como prova, Morales Solá mostrou a recuperação do protagonismo do Congresso que, depois do conflito Governo-campo, negou o projeto oficial de retenções móveis; mudou o sentido da iniciativa para a venda das Aerolineas Argentinas para o Estado e debate hipóteses do que fazer com os superpoderes para 2009.

O repórter de Tucumán abriu sua palestra mostrando o cansaço e o esgotamento dos modelos político e econômico do Governo, que preferiu chamar de formas. Reconheceu, no entanto, que foi um bom sinal o anúncio de pagar a dívida da Argentina com os financiadores e que estava em atraso. Mas esclareceu: "isto não resolve totalmente o problema que a Argentina tem". Neste aspecto, sugeriu duas situações: "ter perdido a confiança do Indec, que para os investidores é como um médico que fique sem laboratório para fazer análises de sangue, radiografias ou tomografias"."O médico, então utilizará a instituição e a experiência , senão o paciente morre. No caso do empresário (sem dados estatísticos confiáveis), perderá dinheiro", afirmou.

A outra situação primordial para o Governo, segundo Morales Solá, é sair para conquistar os investidores, num país que, sendo a terceira economia da América Latina, está em quinto no ranking regional de investimentos externos, atrás do México, Brasil, Chile e Colômbia, e quase empatando com o Peru, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), uma entidade que depende das Nações Unidas.

Sem variáveis eleitorais

Ponderando o esgotamento do modelo político de concentração do poder no Executivo, Morales Solá acredita que será difícil uma variável eleitoral para a sociedade argentina que não seja o Partido Justicialista. "Não imagino uma alternativa que esteja longe do PJ", destacou, frente a fragmentação dos partidos da oposição na Argentina.

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