"Semente de soja não é só um grão", diz especialista
Conversamos sobre a evolução, cenário atual e lançamento de tecnologias
Foto: Divulgação
São pelos menos 8 anos de pesquisas, testes em casas de vegetação, laboratório, lavouras experimentais para que uma semente esteja apta para ser comercializada e renda o esperado como produtividade, proteção contra pragas, doenças, resistência climática ou o que se deseja com a biotecnologia inserida.
Em cerca de 5 anos todo este trabalho é superado por uma nova resistência da planta ou por tecnologias mais modernas que entram no mercado. A semente é um dos primeiros passos que definem o resultado final da lavoura. Nos últimos 40 anos, junto com a evolução da importância da soja, a semente também evoluiu com aprimoramento do setor produtivo em sua preparação desde a saída do campo, cuidados no armazenamento e beneficiamento, modernas tecnologias de tratamento, entre outros.
O mercado de sementes de soja movimenta mais de R$ 24 bilhões ao ano no Brasil, que tem a terceira maior indústria do mundo no setor. Por outro lado, segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM) 29% das sementes plantadas no país são falsificadas. As sementes de feijão são as que têm maior índice de pirataria, com 90%, seguidas por arroz (44%) e algodão (43%). Soja ocupa o quarto lugar em pirataria.
Conversamos com um especialista em sementes sobre a evolução, cenário atual e lançamento de tecnologias como a Intacta2 XTend (proteção de lagartas dos gêneros Helicoverpa e Spodoptera, além de ser tolerante aos herbicidas dicamba e glifosato) e a Conkesta E3 Enlist (contra lagartas e plantas daninhas e tolerância ao uso de 2,4-D, glifosato e glufosinato ) que chegam na safra 2021/22. Confira no vídeo abaixo:
Mário Carvalho é engenheiro agrônomo e já passou pelas principais empresas do agronegócio, com destaque para a Monsanto (hoje Bayer) onde foi um dos responsáveis pela chegada da tecnologia Roundup Ready, uma semente de soja tolerante a herbicidas, devido à substância glifosato que elimina qualquer tipo de erva daninha. Desde 2013 é CEO da Seedcorp, que em 2017, após a fusão com a Horus Sementes, tornou-se Seedcorp | HO, empresa presente em todas as etapas da cadeia de sementes.
