"The New York Times" critica álcool de milho dos EUA
O jornal norte-americano afirmou que o biocombustível brasileiro, feito da cana-de-açúcar, faz "mais sentido" economicamente
BBC Brasil - Um editorial do jornal "The New York Times" criticou nesta quarta-feira (19-09) a produção americana de álcool a partir do milho, e afirmou que o biocombustível brasileiro, feito da cana-de-açúcar, faz "mais sentido" economicamente. O texto, intitulado "Os altos custos do etanol", argumenta que o álcool produzido nos Estados Unidos "é caro", e que traz "diversos riscos", como o aumento do preço dos alimentos. "Os preços do milho já aumentaram 50% em relação ao ano passado, e estima-se que os preços da soja subam até 30% no próximo ano, à medida que os produtores substituírem suas colheitas de soja por milho", sustenta o "NYT".
"O custo cada vez maior de alimentar os animais eleva os preços de produtos lácteos e carne de frango". O jornal critica a sobretaxa de US$ 0,54 aplicado pelo governo dos EUA a cada galão importado de álcool brasileiro. Na outra via, nota o editorial, produtores americanos recebem um subsídio de US$ 0,51 por galão de etanol, sem contar os "subsídios generosos" de que os fazendeiros do milho já gozam.
"A economia do etanol do milho nunca fez muito sentido", avalia o "NYT". O jornal diz que existe uma "grande esperança" na produção do chamado álcool de segunda geração, produzido a partir dos restos da colheita da celulose das plantas, por exemplo. Acordos para desenvolver este tipo de tecnologia foram assinados pelo Brasil na semana passada com países nórdicos.
"O que é errado é deixar que a política do tipo que leva a subsídios desnecessários, invasão das paisagens naturais que deveriam ser deixadas intactas e elevação nos preços dos alimentos, que prejudicam os mais pobres e não a ciência e a economia sólidas conduzir a política energética dos EUA".