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2ª safra de milho concentra a maior parte da produção

Já a área do milho segunda safra deverá obter um aumento de 6,4% em relação à safra passada


O milho plantado na primeira safra apresenta produção para atendimento a demandas internas, a exemplo da ração animal para confinamento e nas áreas próximas às granjas de aves e suínos, uma vez que o foco do produtor, neste primeiro momento, é a soja, informa o 8° Levantamento da safra de grãos 2018/2019, divulgado pela Conab - Companhia Nacional de Abastecimento. 

Na segunda safra é onde se concentra a maior parte da produção de milho. Nesta temporada, apesar de ter sido verificado a migração de áreas de feijão primeira safra, cana-de-açúcar e pastagens, para o milho primeira safra, a competição por culturas mais rentáveis resultou em diminuição de área em relação à safra passada. A área plantada atingiu 4.966,7 mil hectares, representando diminuição de 2,3%.

Já a área do milho segunda safra deverá obter um aumento de 6,4% em relação à safra passada. A área de milho segunda safra foi bastante estimulada pela antecipação da colheita da soja e pela possibilidade do aproveitamento integral da janela climática, criando a expectativa de bons rendimentos na lavoura.

O forte aumento na área plantada e a expectativa positiva na produção deverão estabelecer novos recordes nacionais, contribuindo para que a produção, englobando a primeira e segunda safras, se transforme na segunda maior safra do cereal produzida no país.

A produção total de milho deverá atingir 95,2 milhões toneladas, representando um aumento de 18% em relação à temporada passada, comprometida por problemas climáticos na segunda safra.

Balanço de oferta e demanda do milho

O atraso no plantio de milho nos Estados Unidos tende a inverter o movimento de baixa da Bolsa de Chicago em abril. Desta feita, há expectativa que as cotações indiquem valores próximos a US$ 4,00 (US$ 157,47 a tonelada). Por outro lado, os prêmios dos portos brasileiros estão em queda, o que desvaloriza a paridade de exportação e, por consequência, impedem que a tendência de baixa das cotações domésticas do milho seja contida.

No cenário doméstico, mais uma vez a Conab aponta um aumento da estimativa de produção de milho, fazendo com que os estoques de passagem do cereal da safra 2018/19 estimados subam para 16,5 milhões de toneladas, sendo esse mais um fator de pressão nos preços. O mercado de grão no Brasil já começa a precificar esse excesso de oferta, onde, mesmo com um consumo estimulado pelo etanol de milho e incremento nas exportações, as cotações futuras no médio norte do Mato Grosso estão em R$ 18 a saca de 60 quilos, ou seja, muito próximas do preço mínimo.

As exportações tendem a se confirmar dentro do valor estimado de 31 milhões de toneladas, isto porque, além do volume de embarques de fevereiro a abril já atingirem 3 milhões de toneladas, já foram comercializadas cerca de 24 milhões de toneladas do milho segunda safra, onde a maior parte foi feita por tradings, com direcionamento ao mercado externo.

Assim, restaria um volume a ser comercializado não muito alto para fechar a estimativa feita pela Conab. Todavia é imprescindível que o país exporte, no mínimo, o montante previsto, caso contrário, o volume de estoque exercerá uma pressão ainda maior sobre os preços.

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