CI

2,4 D: encontro deve debater mudanças na fiscalização

Se o produtor não entender a gravidade da situação, o 2,4-D será proibido no ano que vem


No dia 31 de julho está marcada uma reunião, em Santa Maria, para discutir as mudanças na rotina da fiscalização agropecuária diante das novas regras previstas Instruções Normativas (INs). 

Ainda não há um consenso sobre a efetividade das INs publicadas pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) para evitar a deriva na aplicação do 2,4-D. As perdas vêm ocorrendo há cinco anos, conforme relatos dos produtores de uva, maçã e oliva, entre outras culturas que têm sofrido com o impacto do agrotóxico. Os prejuízos foram comprovados por meio de análises feitas pela fiscalização agropecuária. Os laudos confirmaram a presença de resíduos de 2,4-D em 23 municípios.

“Os fiscais estaduais agropecuários tiveram atuação fundamental para a delimitação da ocorrência da deriva de 2,4-D e os prejuízos causados. Foi um trabalho robusto que comprovou a necessidade de um regramento específico objetivando preservar as culturas afetadas pela deriva do agrotóxico”, comenta o vice-presidente da Associação dos Fiscais Estaduais Agropecuários (Afagro), Vinicius Grasselli. O agrônomo acrescenta que a categoria também têm atuado através de palestras e reuniões técnicas, além de ações educativas sobre a correta aplicação de agrotóxicos direcionada para agricultores e aplicadores.

A Afagro espera que os fiscais gaúchos disponham de recursos para continuarem desempenhando as atividades de educação e fiscalização para coibir o uso inapropriado do agrotóxico. “A repetição de danos por deriva por sucessivos anos demonstra que a fiscalização será essencial para tentar reverter este quadro”, avalia Grasselli.

O agrônomo Fernando Turna, fiscal estadual agropecuário que tem atuado nesta pauta, destaca que até então o serviço oficial contribuiu com condições para que, num primeiro momento, o produto não fosse suspenso. Entretanto, ressalta que não depende só da fiscalização, mas também dos produtores, que precisam se preocupar com os seus vizinhos para evitar que uma medida mais enérgica seja necessária. “Se o produtor não entender a gravidade da situação, o 2,4-D será proibido no ano que vem”, avalia Turna.

O técnico reconhece a importância da soja para a economia do Estado e, ao mesmo tempo, pondera que a produção de uva na Campanha, por exemplo, é anterior à chegada da oleaginosa naquela região. “Os produtores de uva já estavam lá e vão acabar sendo excluídos”, teme Turna.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.