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A fruticultura capixaba atrai mais agroindústrias


A fruticultura do Espírito Santo atrai grupos de peso, como Super Bom e Ducoco. A oferta variada, com mais de 20 tipos diferentes de frutas e boa localização, próxima dos centros de consumo ampliam o interesse de agroindústrias ao estado, famoso pelo café e mamão papaia. A Ducoco negocia terreno em Linhares para instalar a terceira e maior fábrica de derivados de coco, com linha de doces. O investimento orçado é perto de R$ 30 milhões. O projeto da Super Bom depende ainda da conclusão de estudos.

As frutas são a segunda principal atividade do agronegócio capixaba, um ramo que cresce a passos largos, alimentado pela frustração do homem do campo com o preço da saca do café, a principal lavoura. A Secretaria de Estado da Agricultura estima que a renda bruta gerada pela fruticultura, que atinja R$ 250 milhões por ano, poderá crescer para R$ 300 milhões este ano, de acordo com o chefe do Grupo de Informação e Análise da pasta Dalmo Nogueira da Silva.

A área plantada de frutas no estado foi calculada em 85 mil hectares, respondendo por uma produção de 1 milhão de toneladas e a geração quase 50 mil empregos diretos. O mamão papaia, até pouco tempo, exibia o vigor desse ramo do agronegócio. O Espírito Santo, segundo maior produtor da fruta, depois da Bahia, despontou como líder nas exportações brasileiras e é o único estado que venceu as barreiras fitossanitárias dos Estados Unidos. Do total de US$ 21,64 milhões, gerados com os embarques da fruta no País em 2002, o estado respondeu, sozinho, por quase 80%.

Produtos acabados

Os planos da Ducoco são de instalar a maior fábrica de produtos acabados, no norte, devido às vantagens logísticas, segundo Paulo Medina, da Prefeitura de Linhares. Já o diretor da Super Bom, Itamar de Paula Marques, disse que a proximidade com a lavoura de fruteiras capixaba levou a companhia avaliar a potencialidade do Espírito Santo.

A fruticultura empresarial desenvolve-se, principalmente no norte capixaba. Além do mamão e do cacau, o Espírito Santo é grande produtor de coco verde - variedade anão, que é caracterizada por árvores menores em relação às da Bahia e com a diferença de ser rico em água e pouca polpa. O maracujá, a banana e o abacaxi são outros destaques. Entre as frutas de menor escala estão abacate, acerola, ameixa, caju, caqui, cupuaçu, figo, goiaba, graviola, jabuticaba, laranja, limão, manga, maracujá, melancia, morango, nêspera, pêssego, pinha/atemóia, tangerina, uva e a noz macadâmia.

A partir dos anos 80, a fruticultura - principalmente os plantios de mamão e o de coco cresceram numa tentativa de diversificar o parque cafeeiro, o segundo maior depois de Minas e líder em robusta. As sucessivas crises de preços do grão foram, aos poucos, levando o agricultor para o negócio alternativo.

Sucos prontos

Com a instalação da Mais, indústria de sucos prontos para beber, inaugurada em junho de 2002, o segmento ganhou o elo que faltava em sua cadeia produtiva e novo fôlego. O diretor superintendente da Mais, Victor José Bicalho Purri, disse que menos de 10% da polpa, usada pela fábrica atualmente, são de frutas plantadas no estado. Os planos da Mais são de elevar a participação para 60%. A Mais responde por 10% do mercado.

O Programa Pró-fruta, linha de crédito do BNDES, mostra o avanço da Mais no estado.

O novo secretário da agricultura do estado, Ricardo Ferraço, quer organizar a cadeia produtiva e oferecer condições técnicas para desenvolver as frutas dentro de padrões de maior qualidade e competitividade. Por isso, os técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa e Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) estão debruçados num estudo, com o objetivo de mapear o estado e identificar áreas para funcionar como micro pólos. A intenção é atender, em escala comercial, à linha industrial, segundo o presidente do Incaper Pedro Burnier. O estudo ficará pronto em breve, mas já foi levantado o grande interesse das empresas pelo maracujá, manga, goiaba, manga e abacaxi.

Localizada no município de Guaçuí (sul do estado), a Natures, com investimento total de R$ 6,5 milhões, iniciou os testes dos equipamentos. O capital da empresa é constituído por 66% da Saga Importação e Exportação S.A. , trading ligada ao sistema do Fundo para o Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), e o restante é da RDB Participações.

As novas exigências das indústrias de alimentos levaram a direção da Golden Fruit, fábrica de processamento de polpa e com oito anos de mercado, a investir R$ 1,5 milhão até 2002, para ampliar a capacidade da fábrica de 3,5 mil toneladas para 9 mil toneladas por ano. A empresa deixou de produzir produtos congelados com polpa de morango, papaia e abacaxi, para oferecer preparados à base de frutas, voltados a um leque maior, como fábricas de iogurtes, sorvetes etc.

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