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A semeadura de trigo avança lentamente pela falta d’água

O clima continua ruim para o cultivo de trigo na Argentina, a medida que avança a campanha 2009/2010


O clima continua ruim para o cultivo de trigo, a medida que avança a campanha 2009/2010. Na principal zona de produção – sul e sudoeste de Buenos Aires – as últimas chuvas foram insuficientes para assegurar uma boa perspectiva e incentivar a semeadura.

“Em Coronel Suárez tem entre 40 e 60 mm de água no perfil do solo, o que permitiria um rendimento de trigo de 2000 a 2500 Kg por hectare”, afirma Jorge González Montaner, Coordenador de Agricultura da Zona Mar e Serras do Movimento CREA. Com essa perspectiva, se mantém o comportamento desconfiado dos produtores por semear no sudoeste da província. A umidade escassa também está sendo um problema para os agricultores da região costeira do sul de Buenos Aires, onde em muitos campos se tornaram um “sanduíche”, com poucos centímetros de água em cima e umidade em profundidade, com uma ampla parte seca no meio.

O outono seco tem um lado positivo: maior disponibilidade de nitratos no solo do que no ano passado, pela menor lixiviação. “Em campos onde em 2008 eram medidos 60-70 Kg/ha de nitrogênio na semeadura, este ano foram encontrados 80-90, que podem diminuir ou evitar a adubação com esse nutriente”, afirma o técnico. Para a fertilização fosforada, as doses históricas são reduzidas. “Quem aplicou 60-80 kg/ha de fertilizante no ano passado, este ano diminuirá 40 ou 50”, conclui.

Nas zonas que receberam maiores chuvas, por exemplo, Azul e Tandil, os produotres igualmente reduzirão a semeadura pelo menos em 20% em campo próprio. A diminuição será muito maior em campos arrendados, porque os arrendatários perderam 40-50% de seu capital de trabalho e os acordos entre o que pede o proprietário e o que propõe o arrendatário demoram muito para serem fechados, pois estão mais inclinados a semear soja, que oferece perspectivas de maior rentabilidade e melhor cenário climático.

Outro dos inimigos do trigo em 2009 é o grande abandono dos campos como conseqüência do desânimo. “Muitos produtores estão mais tempo no banco do que no campo e isso se reflete no mal manejo dos campos, por exemplo, onde se podem ver plantas invasoras de girassol e trigo, que consomem a pouca água que tem no solo, e que deveria ser aproveitada com o cultivo que está por semear”, lamenta González Montaner.

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