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Abastecendo referência

Além de dar vazão à produção hortifrutigranjeira local, Ceasa de Londrina aproxima de cidades do PR, SP e MS produtos vindos de longe


Beneficiada por condições de clima e solo favoráveis à agricultura, Londrina teve vocação agrícola desde seus primórdios. Hoje, apesar do chamado setor primário representar uma parcela muito pequena de seu Produto Interno Bruto (PIB), a cidade ainda tem importantes referências no segmento agrícola. Uma delas é a Central de Abastecimento (Ceasa) de Londrina, que além de dar vazão à produção hortifrutigranjeira local, aproxima de várias cidades paranaenses, paulistas e sul mato-grossenses produtos vindos de muito longe.

As Ceasas surgiram a partir do crescimento dos centros urbanos do País, que tornou o processo de distribuição de produtos hortifrutigranjeiros mais complexo e oneroso. No Paraná, a última das cinco unidades a ser criada foi a de Londrina e é atualmente a segunda maior do Estado. "A Ceasa Londrina hoje é considerada referência por agregar um grande número de itens. São mais de 300 produtos que comercializamos aqui", explica o assistente técnico e orientador de mercado da unidade, Ismael Batista da Fonseca.

Segundo ele, a central londrinense recebe produtos do Brasil inteiro e de vários países. "Temos frutas vindas dos Estados Unidos, Nova Zelândia, Itália, Espanha, Argentina, Chile, Uruguai", elenca. Isso porque a produção de frutas em Londrina é pequena e não dá conta de atender a própria demanda. "No segmento de olerícolas, que são as leguminosas, folhosas e tuberosas, Londrina é autossuficiente. Conseguimos, com a produção local, atender toda a nossa região, além de algumas regiões de São Paulo e Mato Grosso do Sul", conta Fonseca.

Toda essa movimentação de compra e venda na Ceasa Londrina movimenta, em média, R$ 20 milhões ao mês. "São 91 empresas operando aqui dentro, 1,5 mil produtores cadastrados, dos quais 280 comercializam seus produtos permanentemente aqui", detalha o assistente técnico.

Gerações
Sérgio Adaniya é um desses produtores. Toda a sua produção de alface, repolho, chicória, acelga, salsinha e cebolinha, entre outras folhagens, é comercializada na Ceasa. Segundo ele, a central de abastecimento é uma das responsáveis pela forte produção olerícola da cidade. "As folhagens são muito delicadas, precisam ser produzidas perto de onde serão distribuídas, ou não chegam com qualidade ao consumidor", argumenta.

Há mais de 40 anos Adaniya se dedica a esse tipo de produção na propriedade de dois alqueires no Distrito da Warta. "Na verdade, nossa relação com a olericultura é ainda mais antiga, vem desde meu pai. Eu e minha família só demos continuidade", conta Adaniya.

Apesar de ocupar uma área pequena nas terras cultivadas de Londrina, a olericultura é responsável por uma parcela significativa do valor bruto de produção (VBP) municipal. "O VBP da olericultura é maior que o da soja, por exemplo. Na safra 2008/2009, o VBP produzido pela olericultura, com 1% da área cultivada, foi de R$ 55 mil, contra R$ 17 mil da soja, que ocupava então 27% da área cultivada", conta o responsável pela Emater Londrina, Paulo Roberto Mrtvi.

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