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Abastecer com álcool é mais vantajoso em 21 Estados, indica ANP

A competitividade do álcool é maior quando seus preços equivalem a até 70% dos da gasolina


SÃO PAULO - Abastecer com álcool combustível é mais vantajoso em relação à gasolina em 21 Estados do país, incluindo o Rio Grande do Sul e Rondônia, Estados com quase nenhuma tradição sucroalcooleira, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A competitividade do álcool é maior quando seus preços equivalem a até 70% dos da gasolina. Em São Paulo, maior região produtora do país, a cotação do etanol equivale a 52% do valor do combustível fóssil.

Os baixos preços do etanol têm estimulado o consumo do combustível no Brasil. " Os preços são determinantes para o maior consumo " , afirmou Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). Segundo ele, desde janeiro deste ano o consumo de álcool tem crescido a uma média de 26% por mês em relação ao mesmo período de 2008. O consumo de álcool combustível é de cerca de 1,9 bilhão de litros em julho. Desse total, 1,4 bilhão de litros é do tipo hidratado.

Apesar da maior demanda, as cotações do combustível não reagem no mercado interno. Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que a necessidade das usinas de fazer caixa tem pressionado os preços. " Tudo o que tem sido produzido pelas usinas está sendo consumido " , afirmou Marcos Escobar, especialista da FC Stone.

Os embarques de álcool têm ficado entre 300 milhões e 400 milhões por mês, segundo Padua. " Esses volumes foram contratados antes da queda da demanda " , afirmou. A saída dos Estados Unidos, maior importador global, do mercado internacional reduziu as exportações do Brasil.

Com os preços firmes no mercado internacional, os preços do açúcar continuam mais remuneradores que os do álcool combustível. O açúcar exportado paga 6% mais que o produto negociado no país. Em relação ao álcool hidratado, o açúcar está remunerando 76% mais e 61% mais que o anidro, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) realizado na semana passada.

Na sexta-feira, o litro do álcool hidratado fechou a R$ 0,6882 (sem impostos), recuo de 3,96% sobre a semana anterior. O anidro caiu 2,09%, para R$ 0,7941 (sem impostos).

Já os preços do açúcar atingiram ontem o maior patamar dos últimos três anos na bolsa de Nova York, sustentados pelo déficit global. Os contratos para janeiro fecharam a 19,10 centavos de dólar por libra-peso, com aumento de 12 pontos. Na bolsa de Londres, os contratos para dezembro encerraram a US$ 496,30 a tonelada, elevação de US$ 4,90.

A incidência de chuvas sobre as regiões produtoras de cana poderá dar sustentação os preços do álcool. Por duas quinzenas consecutivas, o ritmo da colheita de cana no Centro-Sul tem sido lento, segundo a Unica. Mas a estimativa dos analistas é de que os preços do combustível só voltem a ficar mais firmes durante a entressafra da cana, entre janeiro e abril.

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