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Abate de gado para exportação só após confirmação do Sisbov


A medida tem intenção de coibir a prática empregada por algumas empresas para certificar animais.

O Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV), recebeu na última semana mais uma adequação por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Um ano após a edição da instrução normativa que regulamentou o programa de rastreabilidade da carne bovina brasileira, apenas 0,7% do rebanho nacional está cadastrado, ou seja, cerca de 1,3 milhão de cabeças, de um total nacional de 180 milhões. Em Mato Grosso não há números oficiais sobre animais rastreados.

A reunião da semana passada, reuniu representantes do Ministério e das 14 certificadoras em atuam no Brasil. O encontro pôs fim aos prazos mínimos de permanência dos animais no Sisbov para então serem abatidos. A decisão desta reunião acordou para que os animais que forem certificados pelas empresas habilitadas terão que aguardar o retorno do banco de dados do Sisbov, com um número verificador, para recebimento do certificado e ser abatido com destino à União Européia. Este processo poderá levar até quatro dias para concluído.

Antes desta medida, o Sisbov exigia um tempo de permanência mínimo, que durante o ano passado variou de um a quinze dias e não obrigava a certificadora a aguardar o número verificador do animal.

De acordo com o gerente de negócios Nícolas Fernandes, da certificadora Planejar, a nova medida tem a intenção de coibir a prática que muitas empresas haviam empreendido no Brasil, que era de certificar a origem do animal no curral do frigorífico. “O ‘curralito’ como estava sendo chamado ocorria dentro dos limites das indústrias e muitas vezes nem o proprietário do animal tinha ciência disso”, explica.

Com este processo de aguardar o retorno do banco de dados do Sisbov, para qualquer animal com destino à União Européia, o embarque ao frigorífico deverá ser feito cerca de três a quatro dias após a inclusão no sistema e só então poderá ser abatido.

Até outubro do ano passado estimava-se que em Mato Grosso cerca 200 mil cabeças estivessem incluídas junto ao Sisbov e habilitadas à exportação de carne à União Européia. No Estado existem 22,5 milhões de cabeças.

O Ministério justificou, durante o ano passado, que todas as alterações ao Sisbov têm como objetivo impactar o menos possível as exportações de carne. Somente a União Européia é responsável por mais de 50% do volume que o país comercializa anualmente.

Até 2010, o Ministério espera que as exportações de carne ocupem o segundo lugar dos produtos mais vendidos, perdendo apenas para o complexo soja (grão, óleo e farelo).

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