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Abef quer recuperar perda com câmbio

Um estudo demonstrando as perdas será entregue aos ministros da Fazenda e do Desenvolvimento


Exportadores de carne de frango deixaram de faturar R$ 1,14 bilhão desde 2006, diz Icone. Apesar do mercado favorável e dos ganhos extras alcançados pelos produtores brasileiros no mercado internacional, os exportadores de frango calculam que a valorização do real causou uma perda de receita de R$ 1,14 bilhão desde janeiro de 2006, segundo levantamento encomendado pela Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) ao Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone). Caso o câmbio permaneça nos níveis atuais de R$ 1,90 até o fim deste ano , o prejuízo neste ano deverá chegar a R$ 700 milhões.

O estudo demonstrando perdas tão substanciais será levado aos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Com esse argumento, o setor pede o mesmo tratamento dados às indústrias têxtil, moveleira e calçadista, entre elas, linha de financiamento, compensação e redução de crédito de PIS/Cofins.

Segundo Christian Lohbauer, presidente-executivo interino da Abef, se o critério do governo é "mão-de-obra intensiva", o setor envolve 4 milhões de pessoas, desde a produção até a indústria.

O levantamento do Ícone mostra também que houve perda de competitividade da indústria brasileira em relação a outros concorrentes, como a Argentina e Tailândia, uma vez que a apreciação da moeda brasileira foi superior a destes países. "Hoje, o frango argentino está mais barato que o brasileiro", diz Lohbauer.

"Há um limite para esta ‘brincadeira’ do câmbio. Não é nosso interesse perder competitividade para o nosso vizinho", afirma o presidente-executivo interino da Abef. Segundo os cálculos de algumas empresas deste setor, este limite seria uma taxa de R$ 1,70 - longe do "câmbio ideal", avaliado em R$ 2,50. O presidente-executivo interino da Abef acrescenta que o dólar abaixo de R$ 1,70 deve provocar demissões no setor e cancelamento de contratos. "Com o câmbio mais competitivo, o setor teria espaço para aumentar em até 40% o volume das exportações", diz André Nassar, presidente-interino do Ícone.

Resultados do ano

As exportações de carne de frango em 2007 já retomaram o ritmo de 2005, antes da crise da gripe aviária. No acumulado do ano, o setor comercializou com o exterior US$ 1,74 bilhão, 41,3% mais que no mesmo período do ano passado, informou a Abef. Na comparação com 2005 - o melhor ano da história do setor - 42,6%. Em volume, foram 1,28 milhão de toneladas, 22,6% mais que entre janeiro e maio de 2006 e 15,8% superior ao mesmo período de 2005. Em maio, as vendas externas foram 39,4% acima de maio de 2006, somando 273,9 mil toneladas.

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