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Abipecs acredita em solução para embargo Russo

Rússia suspendeu importações de frigoríficos do MT, PR e RS


O governo russo decidiu barrar a compra de produtos de 89 unidades de processamento de carnes do Brasil, medida que surpreendeu representantes do setor no Brasil e agravou a disputa comercial entre os países envolvendo as carnes. A Rússia embargou a compra de carnes de 23 unidades processadoras do Estado de Mato Grosso, 16 delas produtoras de carne bovina; de 27 do Rio Grande do Sul, das quais 10 produzem carne de frango; e de 39 no Paraná, das quais 16 de carne de frango e 11 de carne suína, disse nesta quinta-feira Alexei Alexeyenko, porta-voz do órgão para segurança alimentar, Rosselkhoznadzor, segundo a agência russa Interfax. Mas o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, confia em uma solução favorável. "O embargo tem uma data para acontecer e é dia 15 de junho. Espero que o Ministério (da Agricultura), com o qual já entrei em contato, resolva essa situação até lá", disse o executivo, ressaltando que o problema não prejudica somente o setor de suínos, que tem na Rússia o principal comprador da proteína brasileira, mas também o de aves e o de bovinos.

Já no mercado interno, suinocultores não integrados e proprietários de mini-integradoras dos três estados do Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), se reuniram na tarde de ontem, 01 de junho, para debater uma série de providências visando a minimização das dificuldades que o setor suinícola está enfrentando nos últimos meses. A importância do encontro está representada pelo grupo de produtores presentes que juntos são responsáveis por ofertar no mercado mais 10 mil suínos por dia, ligados diretamente a mais de 6 mil famílias em 100 municípios da região Sul. Entre as medidas sugeridas está a redução de plantel, ou seja, uma diminuição de 10% das matrizes alojadas; a diminuição na oferta de suínos para abate, buscando com isso aumentar a demanda e equilibrar a balança comercial e o estabelecimento de um preço mínimo de comercialização nos estados, decretando que nenhum produtor irá vender abaixo do valor comercializado neste dia. A liberação de milho da Conab, em modalidade balcão a preço subsidiado (prêmio) para os suinocultores dos três estados do sul, que hoje está sendo vendido a R$ 28,00 na maioria das cidades da região Sul é outra reivindicação que os produtores estão buscando junto ao governo.

Segundo a Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), o valor de comercialização do quilo do suíno nas principais cidades é de R$ 2,00. Valor semelhante aos preços praticados no Paraná, conforme dados da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), que informou a cotação de R$ 2,05 pelo quilo do suíno. Já no Rio Grande do Sul, os preços estão um pouco acima, R$ 2,12.

Nos outros estados produtores de suínos, a semana também foi de queda nos valores de venda. Em Minas Gerais, o quilo do suíno está sendo comercializado a R$ 2,55, segundo informou a Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) e em São Paulo, a queda nos valores de comercialização é ainda maior com o preço de venda a R$ 2,24 o quilo.

Declarações

“É necessária uma atuação massiva dos produtores para uma reação no mercado, há 4 semanas que os preços para suinocultor do sul vem caindo e não havia outra saída a não ser reter o animais na granja, com isso buscamos aumentar a demanda e equilibrar a balança comercial”
Mauro Gobbi, vice-presidente da Acsurs

“Nossa expectativa é que essa mobilização da região Sul traga resultados imediatos para o mercado, não só pelas ações dos produtores, mas também pela aproximação do período de inverno. Temos espaço para represar esses animais nas granjas e acredito que suinocultor conseguirá vender esse rebanho com preços melhores”.
Cleo Barbiero, conselheiro técnico da ABCS

“Estamos vendendo o suíno vivo abaixo do custo de produção e assim amargando prejuízos, no entanto não percebemos reflexos desta baixa no valor de venda da carne suína ao consumidor final. Precisamos nos mobilizar para a tomada de medidas que fomentem o mercado”
José Arnaldo Penna, vice-presidente da ASEMG e presidente da Bolsa de Suínos de Minas Gerais

As informações são da Comunicação ABCS

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