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Abitrigo e Mapa avaliam ações da Argentina para o trigo

Os incentivos no país vizinho devem causar forte impacto em toda cadeia brasileira


A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vão criar uma Comissão para elaborar um estudo sobre as políticas do governo da Argentina para aumentar as exportações via subsídio ao trigo para os moínhos locais e estímulos tributários para as farinhas e pré-misturas de farinha de trigo, o que irá causar forte impacto em toda cadeia produtiva do País.

A criação da Comissão foi decidida na semana pasada em reunião realizada em Brasília (DF) e que contou com a participação do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, do ministro Interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mário Mugnaini, e de representantes de 47 moinhos associados. Esta comissão realizará um estudo sobre a decisão do governo argentino e de como isso afetará toda cadeia produtiva brasileira. Em seguida, encaminhará para o a Casa Civil e para o Itamaraty para posterior entendimento entre os dois governos.

O Ministério do Desenvolvimento ajudará a Comissão orientando sobre qual o melhor caminho para se chegar ao consenso entre os dois países e evitar que a decisão argentina afete, não somente o Brasil, mas também todo o Mercosul, transformando-se num contencioso entre os dois países.

“Vamos trabalhar em conjunto com os produtores, entidades de classe e governo para achar uma solução definitiva e deter a ofensiva patrocinada pela Argentina. Isso é totalmente contra todas as regras que regem o mercado externo”, afirma Samuel Hosken, presidente da Abitrigo, ressaltando que Guedes Pinto ficou preocupado com a situação dos produtores de trigo brasileiros e se colocou à disposição para acelerar todo o processo de conversas com os argentinos.

Os estudos da Comissão começam já no início da próxima semana e devem ser apresentados a curto prazo para o Ministério de Desenvolvimento. Para dar maior substância e acelerar os trabalhos a Abitrigo está buscando uma assessoria especializada em comércio exterior para se juntar ao grupo de trabalho.

Impacto da decisão argentina:

Durante o encontro realizado em Brasília, a Abitrigo levou um documento mostrando alguns números sobre os impactos da decisão da Argentina para a cadeia produtiva no Brasil. O primeiro deles é que o produtor nacional competirá com o trigo de US$ 120,00/ton na forma de farinha, enquanto no mercado nacional o preço do trigo fica em torno de R$ 480,00/ton (US$ 223,00/ton). Com isso, a tendência é que os moinhos deixem de ser “Indústria” e passem a ser meros importadores/distribuidores de farinha argentina.

Assim, como instrumentos de defesa do setor produtivo do trigo brasileiro, a Abitrigo entende que devem ser adotadas as seguintes medidas:

- zerar a TEC para a importação de trigo de outros países fora do Mercosul

- taxar a entrada de farinha de trigo argentina em 31%

- elevar a taxa de importação da pré-mistura de farinha de trigo para 36%

"Com estas medidas, o setor entende que o mercado voltará ao equilíbrio competitivo instalado anteriormente e a indústria nacional terá meios para competir de forma igualitária com os produtos subsidiados argentinos”, conclui Hosken. As informações são da assessoria de imprensa da Abitrigo.

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