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Acesso de agricultores em site é baixo


A filial da empresa de pesquisa alemã Kleffmann, líder nacional em levantamentos estatísticos sobre o agronegócio brasileiro – com sede em Campinas, interior de São Paulo –, descobriu que apenas 18% dos produtores de milho e 22% dos produtores de soja do Brasil acessam a internet. A pesquisa ouviu 2.550 agricultores de nove estados brasileiros e tem margem de erro de 5%.

O assunto faz parte da pesquisa anual feita durante a safra 2002/2003. E há duas explicações para número tão baixo de acessos apurados na lavoura brasileira. A primeira é a idéia de que a rede mundial ainda não é fundamental para o dia-a-dia do produtor. "A segunda é a ainda incipiente infra-estrutura para acesso à rede com mais velocidade por parte dos produtores", afirma Ricardo Mendes, gerente de projetos da Kleffmann e coordenador da pesquisa. A infra-estrutura para telecomunicações ainda não permite velocidade na conexão, o chamado acesso em banda larga.

A universalização dos serviços de telecomunicações na área rural do Brasil ainda está na fase de montagem de redes para a oferta de telefonia fixa ou celular. Nenhuma destas permite ainda a oferta de uma conexão rápida com a rede. A pesquisa constatou que, além do baixo número de produtores de soja e milho conectados, o percentual mantém-se no mesmo patamar apesar do avanço nas duas culturas.

A mesma pesquisa feita durante a safra 2000/2001 indica uma estagnação no número de produtores com acesso à rede mundial. Naquele período, os mesmos 18% de produtores de milho e 21% dos proprietários de áreas para soja utilizavam a internet para alguma finalidade, seja para uso pessoal, seja como ferramenta para manejo das culturas. Aliás, a pesquisa revelou que o grupo de plantadores de soja é o grupo que mais busca informações técnicas para auxiliar no manejo da cultura. O levantamento apurou nove tipos de acesso.

Na pesquisa consolidada nacionalmente (o que foi confirmado nos dados segregados na maioria absoluta dos estados), as páginas sobre condições climáticas são o destino de boa parte dos internautas rurais. Entre os produtores de soja, 76% dos entrevistados disseram que a prioridade no acesso à internet é a coleta de informações que ajudem conhecer antecipadamente o comportamento do tempo. "Esta é uma questão básica do agricultor. As condições climáticas sempre foram uma preocupação central de quem planta. Essas informações são importantes para a tomada de alguns decisões", explica Mendes.

Entre os produtores de milho, os dados nacionais indicam que (dentro do grupo que utiliza a internet) a preocupação central também são as condições climáticas para a lavoura. Do total de entrevistados, 72% dos produtores de milho afirmam querer saber, na internet, o comportamento do tempo.

Na média, os produtores de soja são mais interessados em acessos dedicados para coletar informações técnicas que os auxiliem na cultura. O levantamento da Kleffamann indicou objetivos como "acesso particular", "busca de informação técnica", "informações sobre defensivos e/ou sementes", "comparação de preços", "informações de produtos nas páginas das empresas" e "páginas informativas e dados estatísticos". Exceto este último tópico, os demais acessos dedicados a coletar dados para auxiliar na gestão da cultura são sempre mais procurados por produtores de soja. Poucos utilizam a rede para fazer compras.

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