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Ações visam conter entrada de nova murcha-de-fusarium

Raça 4 da doença foi recentemente detectada na Colômbia


Foto: Marcel Oliveira

O Brasil já traça ações para evitar a entrada no país da raça 4 tropical (TR4) do fungo da murcha-de-fusarium da bananeira, que foi recentemente detectada na Colômbia. Trata-se da única raça do microrganismo Fusarium oxysporum f. sp. Cubense, ausente nas plantações de banana brasileiras, e para a qual não há ainda cultivares resistentes da planta.

Ele é o agente causador da doença conhecida como murcha-de-Fusarium ou fusariose, antes conhecida como mal-do-panamá, considerada a principal patologia que ataca os bananais e a que mais causa prejuízos à cultura. A TR4 ataca as cultivares do subgrupo Cavendish (Nanicão, Nanica, Grande Naine) e todas as cultivares resistentes e suscetíveis às raças 1 e 2 (Gros Michel, Maçã, Prata, as cultivares do grupo Figo ou Bluggoe). Os sintomas da TR4 são semelhantes à doença nas raças 1 e 2.

O fitopatógeno é habitante do solo e sobrevive na ausência do hospedeiro por várias décadas. A TR4 encontra-se disseminada na Austrália, China, Filipinas, Indonésia, Laos, Líbano, Malásia, Moçambique, Myanmar, Omã, Paquistão, Taiwan e Vietnã.

Pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (AM), Embrapa Roraima e da Bioversity International, que fica em Cali, na Colômbia, em parceria com a Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas (SFA/AM), produziram um comunicado técnico, dirigido a produtores e extensionistas, com o objetivo de alertá-los e orientá-los para se protegerem da raça quarentenária.

O documento técnico apresenta os sintomas causados pela doença, comparando-os com os indícios do moko (Ralstonia solanacearum, raça2) e da murcha abiótica com diversas fotografias, para facilitar os trabalhos de monitoramento e detecção em campo da TR4 nos bananais brasileiros. A publicação aborda ainda os cuidados a serem observados durante o levantamento e quando houver suspeita de ocorrência.

Após análise de cultivares de bananeiras resistentes às raças 1 e 2 do patógeno - e a conclusão de que a doença é causada pelo TR4 - o técnico, ou o produtor, não deve coletar amostras ou realizar qualquer atividade naquele plantio. Deve isolar a área e impedir o acesso de pessoas.

O procedimento correto é contatar, o mais breve possível, a Superintendência Federal de Agricultura no estado que tomará providências como a coleta de amostras e envio ao laboratório oficialmente credenciado pelo Ministério da Agricultura para a identificação do agente e a adoção de medidas de mitigação para evitar a disseminação do patógeno para outros plantios.

Tendo em vista que não existem cultivares resistentes à raça tropical 4, os produtores devem atentar para a proibição de importação de mudas de bananeira e helicônia de países onde a praga ocorre, principalmente da Colômbia.

Uma vez que os agentes causais da murcha-de-fusarium podem permanecer no solo por mais de 30 anos, os produtores de banana só devem utilizar mudas de origem segura e comprovada, preferencialmente produzidas in vitro, visando minimizar os riscos de introdução de pragas na área de produção.

Caso durante os tratos culturais do plantio, o produtor observe sintomas que indiquem a presença das pragas descritas no trabalho, ele não deve utilizar as ferramentas de manejo (facão, lurdinha, ferro de cova etc.) em outras plantas antes de realizar a desinfestação dos apetrechos com hipoclorito de sódio.

* informações da Embrapa
 

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