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Acordo entre Mercosul e União Europeia deve modificar o perfil das exportações brasileiras

Tema será um dos destaques em evento internacional que ocorre em Curitiba (PR)


Anunciado em junho deste ano, o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos dos países europeus e sul-americanos para ser ratificado. Para especialistas do setor essa parceria pode impactar positivamente no agronegócio brasileiro, principalmente na mudança do perfil das exportações nacionais. Além da forte presença das commodities brasileiras como soja e carnes entram o farelo de soja, os cortes especiais de frango, bovinos e suínos, além de outros produtos industrializados.

A análise sobre esse acordo será um dos temas principais do 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, evento que ocorre entre os dias 5 e 6 de setembro em Curitiba (PR), no Museu Oscar Niemeyer. Giovani Ferreira, do Núcleo de Agronegócio da Universidade Positivo e integrante da comissão técnica do evento, lembra que esse acordo ainda precisa ser validado pelos países membros do Mercosul e União Europeia. E que depois de referendado, terá uma implantação gradual para os diferentes produtos da pauta de exportação. “Não tenho dúvida dos benefícios que acordo trará ao Brasil. Mas precisamos ficar vigilantes para que o agronegócio seja moeda de troca, mas assuma de fato o protagonismo dessa nova era”, alerta o analista.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem a expectativa de que a ´regulamentação’ desse acordo leve pelo menos três anos. Atualmente os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) exportam 54,6% da soja e 34% do milho de todo mundo, segundo dados do Conselho Agropecuário da América do Sul (CAS). Dentro do setor de proteína animal, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, em inglês) estima que o continente represente 23,5% dos embarques mundiais de carnes em 2019.

Na visão do superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti, a qualidade na produção brasileira é um diferencial para levar os produtos nacionais para a Europa. “O mercado europeu é mais maduro que o chinês. Não tem a sua taxa de crescimento, mas possui renda per capita maior. Por isso seu interesse em nossos produtos com maior valor agregado. Acredito que em no máximo dez anos, o nosso agronegócio esteja colhendo plenamente os benefícios desse acordo”, explica.

Futuro da indústria

Também fará parte da programação do 7º Fórum de Agronegócio da América do Sul o Encontro Paranaense da Indústria de Alimentos. Organizado pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o evento visa trazer temas relevantes para o futuro da indústria agroalimentar, como o bem-estar animal e a produção de alimentos orgânicos. O objetivo é auxiliar as tomadas de decisões estratégicas de industriais e profissionais do setor.

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