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Acrimat questiona o pagamento da dívida


Com o anúncio de que o grupo Friboi arrendou cinco plantas frigoríficas do Quatro Marcos em Mato Grosso, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) questiona quem vai ficar com o ônus de pagar uma dívida de mais de R$ 40 milhões com os pecuaristas do Estado, já que o Quatro Marcos está em processo de recuperação judicial. “O anúncio deixou claro de que cinco, das seis unidades de abate do Quatro Marcos em Mato Grosso, localizados nas cidades de Cuiabá, Colíder, Juara, Alta Floresta e São José de Quatro Marcos irão retomar suas atividades. Mas, ninguém deixou claro, quem vai pagar a conta que existe com os pecuaristas e o produtor não vai permitir que eles retomem suas atividades sem antes acertarem o que devem”, disse o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

Outro ponto observado pela entidade representativa do maior rebanho bovino do Brasil, com 26 milhões de cabeças, é da possibilidade de manipulação de preços, principalmente nas regiões de maior concentração de abate, como Cáceres, Araputanga e São José dos Quatro Marcos. “Cabe às entidades representativas ficarem atentas para não permitir que se aproveitem da concentração física e manipulem preços dos animais”, disse Vacari. Ele acrescenta que o Friboi será o maior grupo do setor em Mato Grosso com nove plantas (Cuiabá, Colíder, Juara, Alta Floresta, São José de Quatro Marcos, Barra do Garças, Pedra Preta, Cáceres e Araputanga) e que possuiu forte atuação no mercado. “Isso é positivo, pois vai aumentar a capacidade de abate já tão comprometida com o fechamento de 15 unidades. O retorno de cinco plantas vai viabilizar o abate diário de cinco mil cabeças e isso é muito importante, mas temos de proteger o produtor de possíveis transtornos com tamanha concentração de poder de abate”, disse.

CRISE - A crise começou no final do ano passado com o fechamento dos frigoríficos. Das 38 plantas habilitadas a exportar, 15 estão paralisadas, isso afetou 40% da capacidade de abate de bovinos. A dívida dos frigoríficos somente junto aos pecuaristas de Mato Grosso é de R$ 120 milhões. O efeito dominó foi inevitável: 4,8 mil funcionários foram demitidos diretamente, sendo que o impacto social, no entanto é muito maior, chegando a atingir quase 40 mil pessoas. Além disso, R$ 4,2 bilhões deixaram de girar na economia mato-grossense, uma situação que pode representar, em 2009, redução de cerca de 20% do total que o Estado arrecadou em 2008 com o ICMS dos frigoríficos.

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