Os futuros do açúcar bruto devem em breve superar os 20 centavos de dólar por libra-peso, uma máxima de 28 anos, devido ao aperto da oferta na Índia e atrasos na colheita no Brasil, disse Hussein Allidina, chefe de pesquisa de commodities do Morgan Stanley.
"A Índia está muito seca e o Brasil muito úmido, e isso acontece em um momento de um déficit (global) de 9 milhões de toneladas em 2008/09", disse Allidina.
No início do pregão desta segunda-feira, o primeiro contrato em Nova York atingiu o maior nível em 3 anos e meio, a 19,43 centavos de dólar por libra-peso. Por volta das 12h45 (horário de Brasília), o contrato outubro subia 0,56 centavos, para 19,17 centavos.
Allidina citou as preocupações com os atrasos na colheita de cana no Brasil devido às chuvas recentes.
"Para o Brasil como um todo, estimamos que a produção de cana vai atingir 620 milhões de toneladas em 2009/10. Disso, vemos 43% para o açúcar."
"Líquido, vemos a produção brasileira alcançando 35,7 milhões de toneladas. Entretanto, se as chuvas continuarem, a cana será deixada nos campos, apresentando uma queda em relação a nossa estimativa", completou.
Allidina afirmou que a falta de chuvas na Índia pode significar que as atuais previsões de produção do Morgan Stanley podem estar altas demais.
"A falta de precipitações na Índia eleva a probabilidade de que as estimativas de produção em 2009/10 sejam otimistas demais", completou ele, referindo-se ao fraco avanço das monções no país.
Ele explicou que por enquanto o Morgan Stanley mantém sua estimativa de uma produção indiana de 19,4 milhões de toneladas em 2009/10, ante estimativa de 16 milhões em 2008/09.
"Entretanto, estamos cada vez mais achando que o número (para 2009/10) é otimista demais", disse Allidina.
O Morgan Stanley ainda calcula as importações indianas de açúcar em 5 milhões de toneladas em 2009/10.
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