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Açúcar e álcool garantem recuperação do emprego em SP

As usinas iniciaram mais prontamente a fase de colheita, em parte por necessidade de geração de caixa


Reuters - O segmento de açúcar e álcool "salvou" os indicadores de emprego da indústria paulista em março, enquanto o humor do empresário mostrou leve piora neste início de abril.

Dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgados nesta terça-feira apontaram que o emprego industrial caiu 0,2 por cento em março sobre fevereiro com ajuste sazonal, mas subiu 0,31 por cento sem ajuste, o que corresponde à abertura de 7.500 postos de trabalho.

Foi o primeiro dado positivo, sem ajuste, desde setembro do ano passado, quando ganhou força a crise externa.

Somente o segmento de açúcar e álcool registrou aumento de 1,11 por cento do nível de emprego, enquanto o restante da indústria encolheu 0,80 por cento, nos dados sem ajuste sazonal.

"O comportamento em 2009 foi relativamente atípico. Nos dois primeiros meses dos anos anteriores, o emprego em açúcar e álcool crescia. Mas neste ano tivemos decréscimo", comentou Paulo Francini, diretor de pesquisas econômicas da Fiesp.

Com isso, as contratações saltaram em março deste ano, numa antecipação ao que vinha ocorrendo nos anos anteriores, com um mês de abril mais vigoroso.

"As usinas iniciaram mais prontamente a fase de colheita, em parte por necessidade de geração de caixa", acrescentou Francini, lembrando a situação mais difícil dos mercados de crédito por conta da crise global.

O número de usinas de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil que já estão moendo a safra 2009/2010 dobrou para 60, em comparação com o ano anterior, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

SENSOR

No primeiro trimestre, o emprego no setor encolheu 2,73 por cento, o equivalente ao fechamento de 66.500 vagas.

Dos 22 sindicatos pesquisados para o índice em março, 16 relataram demissão, cinco apontaram contratação e um teve estabilidade do emprego.

Entre os setores, o destaque de contratações ficou com Fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com salto de 23,9 por cento em março. No ano, esse setor registra aumento de 19,9 por cento no nível de emprego.

Outra pesquisa da Fiesp, o Sensor, indicador antecedente que mede o humor do industrial no mês corrente, caiu para 49,5 pontos na primeira quinzena de abril, ante 50,3 pontos na segunda quinzena de março.

A linha de 50 divide o pessimismo do otimismo e o indicador havia superado a marca no fim de março pela primeira vez desde o aprofundamento da crise global.

O componente de emprego do Sensor teve ligeira queda para 47,7 pontos no início deste mês, ante 47,9 na leitura anterior.

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