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Adubação biológica garante resultados multifuncionais

Ao recompor a biodiversidade de microrganismos, cada um desempenhará sua função


Foto: Divulgação

A sustentabilidade do agronegócio se inicia “dentro da porteira” através do manejo adequado do solo. Para isso é preciso construir uma fertilidade equilibrada levando em consideração a integração dos fatores químicos, físicos e biológicos do sistema solo-planta. O uso racional de insumos passa a ser o ponto de extrema relevância para alcançar a produtividade desejada.

As práticas de manejo nutricional e físico do solo são bastante difundidas entre os agricultores. A mais atual descoberta e em ascensão do conhecimento são os bioinsumos. Baseado nisso foi desenvolvido um experimento na propriedade localizada no município de Palmeira das Missões/RS, com objetivo de avaliar a contribuição da aplicação denominada “foliar” da Biotecnologia Microgeo, na cultura da soja.

O Adubo Biológico produzido com Microgeo visa restabelecer o microbioma do solo independente da cultura. Ao recompor a biodiversidade de microrganismos no sistema agrícola, cada microrganismo desempenhará sua função promovendo resultados multifuncionais na lavoura, tais como: bioestruturação física do solo, maior eficiência nutricional, saúde ecológica do solo e da planta e, consequentemente, maior produtividade.

Para a obtenção dos benefícios a Microgeo orienta aplicar a dose de 150 ou 300 L/ha denominada “solo” (conforme a cultura) e as doses de até 5% (vol. calda) denominada “foliar”. Sugestões de aplicação para as culturas de grãos estão dispostas na Tabela 1. 

Enquanto a aplicação via “solo” passa a ser fundamental para alcançar os resultados de bioestruturação física do solo e da maior eficiência dos fertilizantes, a aplicação via “foliar” induz a maior saúde da planta. Dessa forma as vias de aplicação não são opcionais, mas sim complementares para se atingir o máximo de benefícios desempenhados pelos microrganismos da adubação biológica.

O experimento foi realizado na cultura da soja safrinha durante o ano de 2016, sendo a segunda safra tratada com a Biotecnologia Microgeo® (na safra verão foi implantado milho). Os tratamentos foram: T0 – Testemunha (Adubo Biológico via solo); T1 – Adubo Biológico via solo e 2 aplicações via foliar na pré-floração; T2 – Adubo Biológico via solo e 3 aplicações via foliar na pós-floração; T3 – Adubo Biológico via solo e 5 aplicações via foliar sendo 2 na pré-floração e 3 na pós-floração.

A aplicação de adubo biológico produzido com Microgeo via solo ocorreu na dose de 150 L/ha no momento da pós-emergência da cultura, assim como é recomendado (descrito como Opção 1 na Tabela 1). E a dose de aplicação via foliar foi de 5% de volume de calda, seguindo os momentos de aplicação conforme os tratamentos. Os demais insumos utilizados e seus respectivos custos estão listados na Tabela 2 (valores referentes ao ano do experimento). Destaca-se que para a cultura da soja não foi utilizado fertilizante mineral.

Dada a multifuncionalidade da adubação biológica avaliou-se a resistência a penetração do solo como meio de aferição da compactação física do solo (penetrômetro modelo Falker®), o ataque de plantas por pragas, a profundidade do sistema radicular, a produtividade e o estudo de ganho financeiro. 

RESULTADOS

Antes de instalar o experimento e após a colheita foi mensurada a resistência do solo à penetração. Os resultados estão dispostos nos Gráficos 1, 2, 3 e 4, os quais estão apresentados de forma sobrepostos à avaliação em cada período avaliado, conforme a área de cada tratamento, a fim de se comparar a evolução da compactação do solo. O tratamento T0 totalizou 48.721 KPa, estando 4,8% menor que a avaliação realizada no início do experimento. O tratamento T1 totalizou 50.535 KPa, 1,3% menor do que a primeira avaliação. O tratamento T2 totalizou 43.842 KPa, 14,3% menor do que a primeira avaliação. Diferente dos demais tratamentos, o T3 totalizou maior valor (56.570 KPa) e obteve avanço na compactação do solo em 10,5% comparado com a mensuração realizada no início do experimento.  

A avaliação da profundidade do sistema radicular (Tabela 3) não apresentou diferenças entre os tratamentos, no entanto o tratamento T2 obteve maior profundidade média de raízes atingindo 14,5 cm, sendo 12% maior que a testemunha que obteve menor valor. A menor compactação do solo foi justamente contabilizada no tratamento T2, podendo ser considerada uma das variáveis que influenciou no não impedimento do desenvolvimento radicular quando comparado às demais áreas. 

Durante o ciclo da cultura realizou-se periodicamente a contagem de trifólios atacados por doenças. Diagnosticou-se que a doença que mais atacou a cultura foi a Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizie). De acordo com os resultados (Tabela 4) verifica-se que o tratamento T3 possuiu menor taxa de infestação da doença comparado aos demais, mas não diferiu estatisticamente de T1 e T2. O tratamento T0 foi o que obteve maior taxa de trifólios atacados, com diferença de 15,4%, 20,5% e 28,3% respectivamente a T1, T2 e T3. Isso comprova a importância da aplicação via foliar da Biotecnologia Microgeo®. Como o tratamento T0 não recebeu as aplicações via “foliar” ao longo do seu desenvolvimento a planta não foi induzida a sua resistência estando mais vulnerável ao ataque de pragas e desenvolvimento de doenças. Ressalva-se a não necessidade de se aplicar a uma frequência maior de 4 aplicações ao longo do ciclo do cultivo. 

Os resultados de produtividade da soja (Tabela 5) não diferenciam entre si. Entretanto, o tratamento T2 foi o que obteve maior produtividade (2538,86 kg/ha), tendo em média ganho de 3,3 sc/ha a mais do que o tratamento T0, que obteve a menor produtividade (2338,72 kg/ha).

Por fim, avaliou-se os rendimentos líquidos de cada tratamento conforme os insumos utilizados (Tabela 6). A maior lucratividade foi observada no tratamento T2, com total de R$ 2.560,00 por hectare.

De um modo geral, a tendência do resultado demonstra a sinergia da integração dos fatores de produção beneficiando o cultivo da soja promovidos pela adubação biológica. No tratamento T2 a adequada recomendação de manejo da Biotecnologia Microgeo composta pelas aplicações via “solo” e “foliar”, resultou: na menor compactação do solo; no melhor desenvolvimento radicular; influenciou positivamente na indução de resistência vegetal reduzindo o ataque de pragas e doenças; destaca-se que a cultura da soja não recebeu fertilizantes minerais, portanto o adubo biológico auxiliou na maior eficiência nutricional; consequentemente a produtividade bem como a lucratividade foram as maiores alcançadas. 

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