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Aftosa britânica deve ter pouco impacto para carne do Brasil

O Brasil sofre com embargos, desde que a aftosa foi registrada no final de 2005


O recente foco de febre aftosa na Grã-Bretanha não deverá resultar em mais exportações do Brasil, o maior exportador de carne bovina e o quarto no ranking mundial de cortes suínos, avaliaram especialistas do setor.

"Não vejo o Brasil pegando mercado nem nada, acho que acidentes a gente não comemora, acho que a gente tem que aprender com eles, e eles aprenderem também...", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto.

O analista Alcides Torres, da consultoria Scot, especializada em mercado bovino, concorda com o dirigente da Abipecs. "Não, com relação a aumento de exportações, não...", declarou Torres. "Se o foco se disseminar, o Brasil levaria vantagem", acrescentou o analista, lembrando, no entanto, que a doença parece ter sido contida. Camargo Neto destacou ainda que as primeiras informações indicam que os britânicos aprenderam a lidar com a doença, após o surto de 2001, quando cerca de seis milhões de animais foram abatidos.

"Acho que eles reagiram de maneira mais rápida do que em 2001, espero que eles tenham feito a zona de contenção rapidamente", disse o presidente da Abipecs. Nesta quarta-feira (08-08), a Comissão Européia anunciou a suspensão das exportações de carnes e leite produzidos na Grã-Bretanha, em função da aftosa anunciada na sexta-feira.

O Brasil, de outro lado, sofre com embargos desde que a aftosa foi registrada no final de 2005, em Mato Grosso do Sul. Isso, entretanto, não impediu o país de continuar na liderança do mercado mundial de bovinos os mercados menos exigentes são mais flexíveis, permitindo que os brasileiros exportem de áreas livres da doença.

De acordo com Camargo Neto, os pecuaristas do mundo deveriam lidar melhor com a aftosa. "Isso dá um destaque para essa doença boba que é a febre aftosa, uma doença que não contamina o homem, é uma doença econômica... tem um impacto na opinião pública urbana, que não chega a compreender o que está acontecendo", disse o presidente da Abipecs. A febre aftosa reduz a produtividade de um rebanho, uma vez que o animal contaminado perde peso, mas a doença não causa problemas para o ser humano.

Já o analista da Scot avaliou que o registro da aftosa na Grã-Bretanha pode suavizar a postura crítica dos britânicos, que estão entre aqueles que acusam o Brasil de não ter um sistema sanitário eficaz. "Acho que derruba a petulância, tomara que isso os traga para o mundo real." As informações são da assessoria de imprensa da Reuters.

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