CI

Agrenco entra em operação em MT

Na primeira fase a unidade irá processar cerca de 2 mil toneladas de grãos por dia


Segunda-feira (27) entra em operação a fábrica Agrenco de processamento de grãos e biodiesel em Alto Araguaia (a 415 km de Cuiabá). Na primeira fase a unidade irá processar cerca de 2 mil toneladas de grãos por dia e um mês depois deverá atingir a capacidade máxima de 3 mil toneladas por dia. A fabricação de biodiesel será realiza futuramente, depois do funcionamento de uma outra indústria, no Mato Grosso do Sul.


Atividades da Agrenco serão iniciadas após a empresa ter o plano de recuperação judicial aprovado, em maio. Inauguração do complexo industrial foi em março de 2008, mas nunca operou porque em seguida a empresa solicitou o pedido de recuperação. O retorno às atividades foi possível depois do aporte de R$ 130 milhões, provenientes de um fundo de investimentos britânico.

Município de Alto Araguaia será o maior beneficiado com a inauguração efetiva da unidade. De acordo com o secretário de administração da cidade, José Pereira Felizardo, a empresa irá gerar até 350 empregos na cidade e com isso garantirá a manutenção da receita local, ameaçada pela inauguração dos terminais ferroviários da Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte) em Itiquira e Rondonópolis.

Atualmente, dos R$ 3 milhões que a cidade arrecada, cerca de R$ 2 milhões são referentes ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), grande parte proveniente das embarcações de produtos pela concessionária da Ferronorte, a América Latina Logística (ALL). "A base de nossa economia está na indústria, visto que já possuímos uma esmagadora de soja, e o transporte ferroviário. Como parte do que era embarcado aqui passará a ser carregado em outros terminais, iríamos perder parte de nossa receita". Sobre a mão de obra contratada pela empresa, o secretário José Pereira afirma que será na maioria da própria cidade e que a prefeitura realiza um trabalho de parceria com as indústrias e entidades para capacitar os trabalhadores locais para atender a demanda.


Biodiesel - Com uma capacidade para processar 200 mil toneladas de biodiesel por ano, a indústria Agrenco deverá ter impacto sobre o processamento do combustível no país. Segundo o secretário do Sindicato de Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio/MT), Rodrigo Prosdóscimo, é inevitável que haja reflexo sobre a produção local, baseada em usinas de pequeno e médio portes. "É natural que toda as vezes que uma empresa de grande porte comece a atuar achate um pouco o mercado das menores. Mas não podemos ignorar que contamos com o suporte do governo e em breve será possível separar grandes de pequenos na hora de comercializar".

Das 67 usinas autorizadas a produzir biodiesel no Brasil, 34 produzem até 300 metros cúbicos por dia, o que as caracterizam como de menor porte. Esta produção, porém, representa 35% do total brasileiro, que este ano deve atingir 2,4 bilhões de litros. Cerca de 25% da produção nacional é de Mato Grosso.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.