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Agricultor aposta no cultivo de oliveiras para diversificar

Da oliveira se obtém o azeite de oliva e a conserva de azeitona


O agricultor Mário Jaci Raminelli, morador de Linha Seis, interior de Ibarama (RS), há alguns anos reduz a área do plantio de tabaco. Ciente do impacto econômico que isso iria acarretar à família, deu início a uma série de experimentos que envolvem o girassol das mais variadas espécies, plantio de árvores frutíferas e o cultivo de hortigranjeiros, a princípio para consumo próprio. Além disso, é integrante da Associação dos Guardiões das Sementes de Milho Crioulo do município. Com a diversificação, possui renda o ano todo na pequena propriedade.

Há cerca de um ano, ele resolveu mais uma vez inovar. Tornou-se o pioneiro no plantio de oliveira na região Centro-Serra. Em parceria com a Embrapa Clima Temperado, Raminelli instalou uma unidade de observação, com 18 variedades de oliveiras e 54 plantas em menos de um hectare. Na área ocorre a avaliação do comportamento dessa cultura, que é uma novidade e pode se tornar uma boa alternativa de renda, pois a demanda de mercado é bastante grande. “Estou muito satisfeito com os resultados que já conseguimos com a pesquisa. Minha propriedade está em fase de transição. A ideia é abandonar aos poucos o fumo”, afirma.

As primeiras variedades plantadas, explica, serão exclusivas para o azeite e logo depois para as azeitonas. Raminelli pretende começar a produção efetiva já em 2011. “O solo e o clima são propícios para a oliveira. No ano que vem plantaremos mais, pois confio que a atividade será rentável”, avalia. Entre os pesquisadores envolvidos na atividade está o engenheiro agrônomo da Embrapa Clima Temperado de Pelotas, Enilton Coutinho, um dos pesquisadores mais importantes da cultura da oliveira no Brasil.

De acordo com o chefe da Emater/RS-Ascar de Ibarama, Giovane Rigon Vielmo, da oliveira se obtém o azeite de oliva e a conserva de azeitona. Esses produtos são totalmente importados, visto que não existe produção suficiente no Brasil para abastecer o mercado. “A unidade está aberta à visitação dos agricultores interessados, pois acreditamos que se trata de uma ótima alternativa aos pequenos produtores”, salienta.

Saiba mais

Olivicultura - Cultura familiar e milenar (pré-histórica), integrante da paisagem e da cultura, desde sempre apresentou diversos usos e fins – alimentação, medicina, iluminação e religião. Um bom azeite é um alimento benéfico para o coração e contribui para o tratamento das doenças circulatórias. Para se conseguir esse bom azeite, é fundamental haver azeitona de qualidade. Por isso, deve-se tratar convenientemente o olival. Se o olivicultor aumentar a produção atual – cerca de 800 quilos/azeitona/hectare – para valores razoáveis (3.500 quilos) e se ao rendimento obtido adicionar o subsídio à produção, o olival será das culturas mais rentáveis.

A variedade predominante no País é a Galega Vulgar, que dá um azeite excelente. É pouco produtiva, alternante, com baixas fundas e sensível à mosca, cochonilha, traça, gafa e tuberculose. Hoje são plantadas outras variedades, mais produtivas e com maior porcentagem de azeite, como são os casos da Cobrançosa, Arbequina e Picual. Esta última é muito sensível ao “olho de pavão” e o azeite apresenta um sabor muito característico. Entre as variedades para conserva destaca-se, para a região, a Negrinha do Freixo.

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