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Agricultor de Santa Catarina aposta no plantio de soja

Depois de dois anos de crise, produtor vislumbra um momento de recuperação


Depois de dois anos de crise, em que o valor produzido encolheu 14,2% no ano passado segundo o IBGE, a agricultura vive um momento de recuperação em Santa Catarina. A redução de investimentos que refletiu na diminuição da área de milho, mostra reação no plantio de soja. Produtores que antes iriam plantar com menos tecnologia, voltaram a investir, apostando em um cenário positivo.

É o caso do produtor Nelson Trombeta, de Guatambu. No ano passado, ele cultivou 140 hectares de milho e teve prejuízo entre R$ 130 mil e R$ 140 mil, devido a estiagem e baixo preço. Neste ano, resolveu plantar somente soja devido ao custo menor, de R$ 600 o hectare contra R$ 1,4 mil do milho, e a maior resistência da cultura em relação à estiagem. "Estou colocando semente classificada e adubação excelente. A perspectiva é de colher, pelo menos, entre 40 e 45 sacas por hectare. Se o clima ajudar, pode passar de 60 sacas por hectare".

Suinocultores sofrem com o aumento de custo

O gerente técnico da Cooperativa Regional Alfa (Cooperalfa), Cládis Furlanetto, disse que a venda de insumos melhorou devido a três fatores. O primeiro foi a chuva, que deu esperança de uma safra boa. O segundo foi o aumento de preços das "commodities" e, o terceiro, a boa safra de trigo. Com o dinheiro do trigo, que aumentou de R$ 20 para R$ 28 a saca em dois meses, o produtor conseguiu investir no plantio da soja. Furlanetto disse que o cenário, que era de pessimismo há quatro meses, mudou completamente.

De acordo com o engenheiro agrônomo Centro de Pesquisas de Safras e Mercados da Epagri (Cepa), Simão Brugnago Neto, o aumento de preço do trigo e do milho no mercado internacional elevou também a cotação da soja. O trigo teve algumas frustrações de safra e boa parte do milho dos Estados Unidos deve ser utilizado para combustível. O analista de mercado acredita que o milho pode até subir um pouco mais, mas considera o mercado da soja incerto. "O mercado internacional pode recuar", diz.

Mas o que faz a alegria para os produtores de grãos compromete outra atividade, a suinocultura. De acordo com o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, o aumento dos custos deve gerar nova crise no setor, que sofre com o baixo preço da carne.

Ele prevê também aumento de custos para o consumidor em vários produtos, principalmente derivados de farinha. Tudo porque o pais produziu apenas 2,5 milhões de toneladas de trigo, para um consumo de 11 milhões de toneladas.

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