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Agricultor investe pesado no controle da ferrugem

Quem não conseguiu controlar a doença nas últimas safras concluiu que prevenir é a melhor saída, apesar da adoção do vazio sanitário


Com receio de novas perdas por conta da ferrugem asiática, agricultores da região de Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná) estão investindo pesado em fungicida. O vazio sanitário – que proibiu o cultivo de soja de 15 de junho a 15 de setembro – não eliminou os riscos de a doença se alastrar, consideram.

O agricultor Cesar Augusto Bronzel, de 46 anos, com propriedades em Mamborê, gastou cerca de R$ 90 mil para proteger a plantação contra a doença. “Vou fazer duas aplicações preventivas de fungicidas após 50 dias do plantio e ficar de olho na lavoura. Espero não ter de fazer uma terceira aplicação.” Ele pretende plantar 845 hectares de soja.

Para o sojicultor, as últimas safras mostraram que a saída é a prevenção. “Depois que a doença invade a lavoura, o prejuízo é garantido. Após a entrada da ferrugem, não resolve muito fazer várias aplicações.” Bronzel lembra que, em 2006, perdeu 20% da produção com o ataque da ferrugem. “Com excesso de chuva na época de aplicação do fungicida, não conseguimos controlar a doença. Se tivesse aplicado preventivo, o prejuízo seria menor”, conclui. Ele considera o investimento alto, mas teme prejuízo maior.

Além de investir em fungicidas, Bronzel busca orientações de engenheiros agrônomos para aumentar o espaçamento de 45 para 50 centímetros entre as fileiras de plantas. “Até 50 dias após o plantio, com a plantação ainda aberta, o fungicida consegue atingir as folhas mais baixas. Se deixar fechar a ‘rua’, o veneno age superficialmente nas folhas de cima e a ferrugem ataca por baixo”, explica Bronzel.

De acordo com o engenheiro agrônomo da cooperativa Coamo João do Amaral Giosa, além do espaçamento, os agricultores também estão reduzindo o número de sementes lançadas ao solo, em até 40%. “Algumas variedades, por conta da estrutura arquitetônica, ao invés de perder, até ganham em produtividade.”

A agricultora Maria Elena Riva lembra que, no início deste ano, tentou conter o avanço da ferrugem asiática na lavoura de soja safrinha com cinco aplicações de fungicidas. No entanto, as perdas em algumas áreas chegaram a 70%. “Foi um investimento perdido, mas uma lição. Nesta safra de verão não vou cometer o mesmo erro. Além do tratamento na semente, após 40 dias do plantio será feita uma aplicação preventiva de fungicida a cada 20 dias”, relata. Ela pretende plantar 170 hectares de soja. “Ainda não coloquei no papel os custos com fungicidas, mas acredito que serão altos”.

Para auxiliar e orientar o agricultor, a cooperativa Coopermibra, de Campo Mourão, criou no início do ano um programa denominado Diagnose Foliar, que diagnostica a ferrugem e outras doenças da folha de soja. “A equipe de técnicos agrícolas recebe a folha com suspeita de doenças, analisa por meio de fotografias tiradas da parte afetada e orienta o agricultor sobre como agir”, afirma o engenheiro agrônomo da cooperativa, Valdomiro Bognar.

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