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Agricultor não é vilão da destruição da mata ciliar

“Tem agricultor que chora até hoje pelo mato que foi obrigado a desmatar” , diz o zootecnista da Emater de Francisco Beltrão, Luiz Carlos Zanini


Diversos programas de recuperação da mata ciliar são realizados por órgãos ligados ao meio ambiente, pois ela cumpre um papel fundamental na proteção de rios, fontes e nascentes. Em Francisco Beltrão um dos mais conhecidos é o Programa Mata Ciliar, realizado pela prefeitura municipal em parceria com outros órgãos, tais como Seab – Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e Instituto Emater.

Mas os problemas de destruição da mata ciliar remontam há mais de 30 anos, quando o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) cobrava altos tributos daqueles agricultores que deixassem crescer mato em suas propriedades. “O imposto era diminuído se o agricultor cortasse tudo. Teve agricultor que queimou 100% do mato que tinha em suas terras, incluindo a mata ciliar”, explicou Luiz Carlos Zanini, zootecnista do Instituto Emater, escritório de Francisco Beltrão. “Muitas vezes o pessoal culpa o agricultor pela destruição da mata ciliar, quando na verdade a própria legislação foi a causadora do desmatamento”, apontou. “Como o pessoal não tinha dinheiro de sobra e naquela época nem se falava em financiamentos, o produtor se via obrigado a cortar ou queimar tudo. Tem agricultor que chora até hoje pelo mato que foi obrigado a desmatar”.

Meio milhão de mudas plantadas

As legislações foram alteradas com o tempo e depois de milhares, talvez milhões de quilômetros de áreas devastadas, hoje, a obrigação do produtor é deixar pelo menos 30 metros de área de preservação permanente nos entornos dos rios que passam por suas terras.

Segundo dados do site do governo do estado (www.pr.gov.br) já foram plantadas em Francisco Beltrão mais de 530 mil mudas, sendo a quarta cidade do Paraná que mais plantou, ficando atrás de Astorga (717.584 mudas), São Pedro do Ivaí (581.911) e Goioerê (569.885). Estes municípios participam do Programa Mata Ciliar, que em todo Estado já beneficiou mais de 130 mil pessoas.

a segunda-feira (27) os órgãos promovedores do programa realizaram uma reunião na comunidade da Linha Piracema. O encontro contou com moradores da comunidade de Linha Bom Jesus. O objetivo é realizar explicações sobre o programa que já foi realizado em ambas as localidades com a distribuição de mudas nativas e cercas de proteção de mananciais. “Com isso, pretendemos reflorestar os rios Bonito (que passa pela Linha Bom Jesus) e Piracema”, disse Zanini. Nestas duas comunidades já foram distribuídas mais de 25 mil mudas em dois anos. Prevê-se que ainda neste ano o governo estadual faça a distribuição de mais 30 mil mudas nativas para o município.

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