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Agricultor quer que o governo aplique punição

O fim do subsídio americano ao algodão pode elevar o preço internacional da commodity em até 20%


O fim do subsídio americano ao algodão pode elevar o preço internacional da commodity em até 20%, estimam produtores brasileiros. Para que isso ocorra, o setor espera que o governo exerça o direito de retaliação sobre a propriedade intelectual, provocando a reação de outros segmentos naquele país contra as subvenções.

"Até aqui não temos ganho direto nenhum", afirmou o presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Haroldo Rodrigues da Cunha.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, a tonelada de algodão em estado bruto tem sido negociada em 2009 à média de US$ 1.293. Sem as distorções nos preços provocadas pelos US$ 4 bilhões de subsídios americanos concedidos no primeiro semestre, os produtores brasileiros teriam recebido US$ 58,617 milhões a mais pelo volume exportado entre janeiro e agosto de 2009.

"Como a produção americana cairá sem a ajuda dos subsídios, haverá mais espaço no mercado para uma competição justa entre os países mais eficientes nesse cultivo", disse Cunha, que sugere um fundo de compensação para o setor enquanto os americanos ainda usarem o artifício. "Queremos saber como [o resultado do contencioso] vai ser revertido para o setor, seja para desenvolvimento e pesquisa, seja em ações de marketing".

Segundo ele, a tramitação do processo na OMC nos últimos sete anos custou US$ 3,5 milhões aos algodoeiros. Para o presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), Pedro de Camargo Neto, que deu início ao contencioso quando era o secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, a demora na conclusão do caso ocorreu por equívocos da diplomacia brasileira.

"O Brasil poderia estar incomodando os americanos há muito tempo, mas prolongou os prejuízos do setor ao preferir esperar e tentar negociar a causa dentro da Rodada Doha, que não foi concluída", afirmou.

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