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Agricultores aprendem a gerenciar negócios rurais (CE)

Trabalhadores rurais estão aprendendo, por meio de oficinas, a produzir com lucro e sem gerar endividamentos


Surpresos e satisfeitos. Pequenos produtores rurais de Choró, Ibaretama e Quixadá estão entusiasmados com uma iniciativa da gerência da agência do Banco do Brasil (BB) sediada em Quixadá, no Sertão Central. Mais de 300 deles tiveram a oportunidade de aprender como desenvolver e gerenciar negócios rurais. Receberam noções de empreendedorismo, administração, apicultura, avicultura e ovinocaprinocultura. O próprio administrador de créditos do BB é um dos professores. Ensina o “bê-a-bá” econômico nos assentamentos e comunidades rurais.

Segundo o gerente, Tarciso Balthazar, a estratégia é impulsionar, por meio de diversos parceiros, a consolidação e sustentabilidade dos investimentos captados por intermédio de linhas de crédito voltadas, exclusivamente, para a agricultura familiar. O gestor de investimentos percebeu que o número de agricultores inadimplentes está se elevando. Detectou o mau gerenciamento dos recursos recebidos como sendo o principal problema. Era preciso fazer algo. Ensinar alguns segredos do mundo dos negócios surgiu como alternativa. Saiu da agência e foi para a roça.

Desenvolvimento sustentável

Com o auxílio das prefeituras de municípios do Sertão Central, sindicatos de trabalhadores rurais, associações comunitárias e federações de pequenos produtores, as noções de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) são aplicadas nos encontros. A cada encontro se fortalecem. O associativismo é um exemplo. Alunos dos cursos de Administração e de Psicologia da Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS) esclarecem sobre a importância do fortalecimento da cadeia produtiva.

Também trabalham o estímulo coletivo, isto é, sobre como sobreviver diante das adversidades do clima árido. Se a água é essencial, saber administrar esse recurso torna-se também crucial para os pequenos produtores.

Balthazar explica que o crédito é considerado apenas mais um elemento para o desenvolvimento e não o único como foi pensado até agora. Tão importante quanto o crédito é a organização e a capacitação dos produtores. A assistência técnica, a assessoria na comercialização, a adoção de tecnologias de convivência com o semi-árido e a gestão ambiental também são fundamentais, segundo destaca o gerente. “Os parceiros buscam trabalhar no que passamos a chamar de eixos de ação. A princípio, pensamos nesses seus eixos, mais o crédito, tudo ao mesmo tempo. Hoje, entendemos que precisamos pensar num oitavo eixo, o da infra-estrutura”.

A expectativa da gerência do Banco do Brasil em Quixadá é de que, até o fim do ano, sejam liberados mais de R$ 1,2 milhão para a base agrícola familiar por meio da linha de crédito especial do Pronaf. Aproximadamente, 300 pequenos produtores serão beneficiados. Outros 300 participarão das oficinas de gerenciamento nesse período. Eles terão a oportunidade de apresentar seus projetos e receber as orientações necessárias para a correta aplicação dos recursos. O gerente do BB prevê que esses números devem aumentar até o fim de junho de 2009 para o total de mil famílias.

Além das metas de capacitação, de assistência técnica e do número de famílias atendidas, a articulação dos parceiros ainda pretende fundar três associações municipais, montar um centro de melhoria da qualidade genética de ovinos e caprinos, além da construção de novas casas para extração e beneficiamento de mel e a instalação de um ponto de comercialização no novo parque de feiras de Quixadá. “Até o fim de 2009, pretendemos atuar também em piscicultura e no setor de pecuária de leite”, estima o gerente do DRS.

Investimento seguro

A agricultora Michele Faustino de Lima e seus pais, Antônio de Lima e Verilene Faustino, assentados na comunidade rural de São João da Conquista, a 21km da sede do município de Choró, aguardam ansiosos a visita da equipe econômica. Além deles, outros 59 assentados pretendem conquistar o crédito junto ao banco e, ao mesmo tempo, aprender como investi-lo de forma segura para não se endividarem e nem perderem a confiança dos investidores. As dicas e a reorganização das cadeias produtivas lhes assegurarão a consolidação de seus investimentos. Para muitos, mais importante que receber o crédito é poder saldar a dívida, não dever nada ao banco.

Neste mês estão programadas seis oficinas em comunidades rurais, uma delas em Ibaretama e as demais no município de Choró. A primeira delas estava prevista para o início da semana no distrito de Nova Vida. Os trabalhos foram dirigidos pela Sousa Maia Projetos, especializada no setor. As demais ficarão a cargo do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Quixadá (STR).

FIQUE POR DENTRO

Agência adota nova estratégia de negócios

O Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) é uma estratégia de negócios do Banco do Brasil, que busca impulsionar o desenvolvimento sustentável das regiões onde o BB está presente, por meio da mobilização de agentes econômicos, sociais e políticos, para apoio a atividades produtivas economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas, sempre observada e respeitada a diversidade cultural.

Mais informações:
Agência do Banco do Brasil, em Quixadá
Rua Rodrigues Júnior,1202
(88) 3412.0034
[email protected]

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