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Agricultores de Nova Tebas/PR apostam no maracujá como alternativa de renda


Como forma de diversificação da produção agrícola, cerca de 100 pequenos produtores rurais de Nova Tebas encontraram no maracujá uma alternativa de renda. O projeto foi iniciado há cerca de seis anos e a maioria dos produtores optou por cultivar o maracujá de forma orgânica. Para a comercialização da safra foi formada uma cooperativa entre os agricultores que residem próximos ao distrito de Poema.

O agricultor José Munhoz Soler é um dos que está animado com a cultura. Em uma área de cinco mil metros quadrados ele cultiva, em parceria com seu filho Diego, 500 pés da fruta. “Não tem nenhuma outra cultura que nesse espaço de terra, possa dar um ganho igual ao maracujá”, pondera. Essa é a primeira safra deles e a colheita deve terminar nos próximos dias com uma produção final de 4,2 mil quilos.

Todo o manejo é efetuado de forma orgânica. Eles contam que a opção pela atividade foi em virtude do melhor preço pago pelo produto. “Tem também a questão ambiental e da saúde. Dessa forma não utilizamos veneno e além de cuidar da nossa saúde, estamos oferecendo um produto mais saudável para o consumidor.”

A entrega da produção é realizada todas as quartas-feiras em um barracão na sede do distrito de Poema. São cerca de 80 produtores que se reúnem para separar e embalar os produtos. Nesse ano a cooperativa conseguiu fechar uma venda de 75 toneladas do maracujá orgânico para um programa do governo federal. A presidente da cooperativa, Luci de Fátima Gularte, conta que faltam pouco mais de seis mil quilos para concluir a entrega. Além do programa, foram efetuadas outras vendas.

A cooperativa iniciou com 11 famílias e aos poucos outras foram se integrando. “A opção pela produção orgânica é porque não agredi a natureza e nem a saúde do consumidor. Também tem a questão da saúde do produtor que não usa nenhum tipo de veneno. Estamos fazendo a nossa parte. Pode ser pequena, mas estamos dando a nossa contribuição”, comenta Luci.

Na opinião dela os produtos orgânicos ainda são poucos divulgados e muitas pessoas não tem consciência de que comprando esse tipo de produto está ajudando a preservar o meio ambiente. “Os compradores vem até aqui para buscar o maracujá. Passam por uma estrada ruim e difícil de trafegar. Se o produto não fosse orgânico com certeza eles não fariam esse trajeto.” O distrito de Poema, onde está a sede da cooperativa, fica distante 15 quilômetros da cidade. O trajeto é todo por uma estrada calçada com paralelepípedo.

Produção em polpa

O próximo passo da cooperativa é adquirir uma sede própria e uma máquina para retirar a polpa da fruta. Para que isso se torne realidade existe um projeto com o Programa Universidade Sem Fronteiras, do governo do Estado, por meio da Universidade Estadual de Maringá (UEM). “A polpa da fruta irá agregar valor ao produto além de aproveitar melhor o produto. A casca pode ser usada para adubação das lavouras e a semente, quem sabe, para extrair o óleo”, ressalta a presidente da cooperativa Luci de Fátima Gularte.

O secretário municipal da Agricultura de Novas Tebas, Pedro Lourenço, salienta que a produção do maracujá convencional é entregue para a Associação dos Produtores Rurais de Corumbataí do Sul (Aprocor).

Segundo ele, esses produtores estão concentrados próximos da sede do município, enquanto os de orgânicos ficaram na região do distrito de Poema. “Nesse ano a expectativa é de aumentar bastante a área de maracujá, principalmente a de convencional. O maracujá é o melhor atividade de diversificação de cultura. Não tem nenhuma outra que de um retorno igual em uma pequena área de terra”, diz Lourenço.

O cultivo da fruta está ocorrendo em pequenas propriedades. Lourenço observa que a vantagem de ser realizada por agricultores familiares é que o dinheiro fica no próprio município. “Os agricultores têm uma renda semanal durante os meses da safra. É um dinheiro que gira no comércio local.”

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