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Agricultores familiares de MG fornecerão sementes ao governo federal

Produtores de João Pinheiro foram selecionados pelo Ministério do Desenvolvimento Social


Produtores de João Pinheiro foram selecionados pelo Ministério do Desenvolvimento Social

O município de João Pinheiro, que fica na região Noroeste de Minas, a cerca de 380 quilômetros de Belo Horizonte, foi uma das sete cidades selecionadas no país para fornecer sementes crioulas para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). As outras seis cidades ficam nos estados de Alagoas, Espírito Santo, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A ação, que tem o município mineiro de João Pinheiro como destaque, integra o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Plano Brasil Sem Miséria, do governo federal. O programa tem como objetivo beneficiar os pequenos agricultores que se encontram em situação de extrema pobreza, garantindo renda aos fornecedores e atendendo àqueles que não têm condições de acesso a sementes de qualidade.

Para o secretário executivo do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea-MG), Marcos Jota, a ação vai fortalecer, no Estado, o trabalho de resgate das sementes crioulas, fortalecendo a ação dos pequenos agricultores. “Temos acompanhado os programas do governo federal, mas, principalmente, os do Governo de Minas, com destaque para a criação da Subsecretaria de Agricultura Familiar, que tem valorizado a produção agroecológica e a soberania alimentar nos municípios mineiros. A segurança alimentar e nutricional sustentável se baseia também nessas ações, fortalecendo os agricultores familiares e garantindo um alimento de maior qualidade para a população mineira”, explicou Marcos Jota.

Segundo um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), hoje o trigo, o arroz, o milho e a soja representam 85% do consumo de grãos no mundo. Por outro lado, ainda de acordo com a FAO, vem crescendo a deficiência nutricional na alimentação humana. “Isso é consequência direta da redução da diversidade alimentar e também porque as espécies oferecidas no mercado são pobres em minerais e proteínas”, acrescentou Marcos Jota. O secretário executivo do Consea-MG lembra, ainda, que “muitas espécies e variedades já se perderam” e a monocultura “vem tomando conta do campo”. “Há também uma perda da diversidade genética e as plantas vão se tornando cada vez mais suscetíveis a pragas e doenças”, afirma.

Sementes crioulas

As “sementes crioulas”, que os produtores de João Pinheiro fornecerão ao governo federal, são aquelas que não sofreram modificações genéticas por meio das diversas técnicas existentes atualmente. São chamadas de “crioulas” ou “nativas” porque, geralmente, seu manejo foi desenvolvido por comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caboclos, entre outros – sem uso de maquinário ou demais processos de industrialização.

Apesar desta definição, o termo não se aplica apenas à semente em si, já que também existem os tubérculos nativos, como batata, cará ou mandioca, entre outros tipos de alimentos. Além de se referir a uma espécie de produção, retrata também a cultura de cada comunidade. O armazenamento adequado das sementes é o segredo para propiciar condições ideais para que os alimentos não sofram ataques de pragas, doenças e de roedores. Com base em técnicas específicas de condicionamento, os produtores utilizam embalagens diversas, como tambores, caixa de madeira, latas, garrafões, pets e garrafas de vidro.

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