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Agro abre caminhos profissionais

Curso técnico em agropecuária aproxima jovens da periferia paulistana do mercado de trabalho


Curso técnico em agropecuária aproxima jovens da periferia paulistana do mercado de trabalho

Se você vive na capital paulista, mas não sai das áreas centrais, talvez desconheça o lado verde da selva de pedras. Sim, São Paulo tem ainda muitos sítios e áreas com aptidão para a atividade agropecuária. Um exemplo é o Jardim São Gonçalo, periferia do bairro de São Mateus na zona leste. Nessa localidade fica a Escola Filantrópica Tabor, instituição que, além do ensino fundamental I e II, oferece o curso técnico em agropecuária.

“Existem muitas áreas nas redondezas com potencial de ocupação produtiva e a qualificação de jovens para a agropecuária tem sido reconhecida”, diz Leandro França da Silva, coordenador do curso profissionalizante. A escola faz parte do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, localizado ao lado da Área de Proteção Ambiental (APA) do Parque e Fazenda do Carmo.
 
A criação da Escola Tabor aconteceu em 1995 para atender as pessoas em vulnerabilidade social, já que a região tem grande presença de imigrantes e favelas, como a do Gonçalo. Para fazer o curso técnico em agropecuária, o jovem tem que ter no mínimo 16 anos e estar cursando ou ter terminado o ensino médio. “O agro no Brasil é um campo promissor e há necessidade de técnicos na área”, diz Silva.

A profissionalização tem duração de um ano e seis meses e está dividida em seis módulos: 1°) ciências aplicadas – 120 horas; 2°) assistente de engenharia rural – 210 horas; 3°) assistente de produção vegetal – 410 horas; 4°) assistente de produção animal – 240 horas e 5°) gestão – 220 horas. “Tem também mais 120 horas de estágio supervisionado, totalizando 1.320 horas de curso”, diz o coordenador.

A escola faz parte de Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto – Núcleo Tabor e conta com estrutura de jardins, estufas, viveiro, bosque de árvores nativas, estufas hidropônicas, horta, casa de ordenha, usina de processamento de leite de caprinos, galinheiro, etc. Segundo Silva, mesmo antes da escola existir, as irmãs já criavam no local cabras da raça sannen, que possuem aptidão leiteira.
A Escola Filantrópica Tabor é mantida pela parceria entre a Associação de Instrução Popular e Beneficência e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. Está ligada à delegacia de ensino leste 4 e recebe do governo uma verba anual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que auxilia na alimentação dos atendidos.

De olho no mercado
Além dos sítios e fazendas nos arredores da escola, muitos alunos acabam fazendo estágio em propriedades rurais do interior paulista. “Os jovens vão se inteirando das vantagens do agro e das perspectivas de sucesso profissional na agropecuária, reconhecendo-a como oportunidade de trabalho e como preservação do meio ambiente”, diz Silva.

As oportunidades para os formandos do curso de técnico agrícola nem sempre vêm dos lugares mais óbvios. “O setor imobiliário tem contribuído muito para o aumento da demanda, uma vez que os conjuntos habitacionais necessitam de pessoas habilitadas para a manutenção de áreas verdes pertencentes a estes empreendimentos”, diz o coordenador. “Outra vertente são as empresas que prestam serviços às subprefeituras do Estado de São Paulo na manutenção de áreas verdes”, finaliza.

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