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Agro goiano supera desafios e projeta perspectivas de melhorias para 2019

Em meio a uma avalanche de dúvidas nos cenários econômico e político, a agropecuária goiana, apesar de todas as dificuldades


Em meio a uma avalanche de dúvidas nos cenários econômico e político, a agropecuária goiana, apesar de todas as dificuldades, ainda foi protagonista em 2018. Entre os principais pontos a se comemorar está o desempenho da safra de soja (2017/18) – melhor resultado da história em Goiás – e a geração de mais de 10 mil empregos – de janeiro a outubro – resultado 7,3% maior do que em 2017. Os números fazem parte do balanço da agropecuária de 2018 apresentados na quinta-feira, durante ‘Coletiva de Imprensa’, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em Goiânia. 

De acordo com a Faeg, 2018 foi um ano de muitos desafios, mas apesar disso o setor se mostrou persistente e conseguiu extrair bons resultados. Força que abre caminho também para um ciclo com perspectivas mais positivas para 2019. “A disputa eleitoral trouxe muita instabilidade, com elevação de dólar, retração de investimento e o planejamento foi afetado”, diz o presidente da Faeg José Mário Schreiner, ao lembrar que a greve dos caminhoneiros também prejudicou o Produto Interno Bruto (PIB). 

O setor teve avanços importantes, como destaca o diretor executivo do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Edson Novaes. Ao mesmo tempo em que a produção brasileira de grãos na safra 2017/18 fechou em 228,3 milhões de toneladas, cerca de 4% menor do que a anterior, por conta da queda de 17% no milho, causada pela seca e menor área plantada na safra de verão. A soja ampliou o resultado em 4,6%, com o recorde de 116 milhões de toneladas no Brasil. 

Com relação à produção goiana, a área plantada teve aumento de 1%. Mas houve queda de 2,8% na produção de grãos. Porque o milho, como no País, não foi bem e a produção recuou 15,9%, também em função de aspectos climáticos e mercadológicos. “Mas tivemos aumento da soja (8%) que amenizou a queda no milho. A safra de verão foi muito positiva, a produtividade média de soja registrou o melhor resultado histórico de Goiás com cerca de 58 sacas por hectare.” 

Venda 

A soja ganhou destaque pela exportação, pois foram embarcados volumes também históricos para o País. “Foi muito importante a maior demanda de soja pela China. De janeiro a outubro, foram exportados mais 74 milhões de toneladas de soja, contra 68 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado”, diz Novaes. Com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a maior consumidora do grão no mundo se voltou para a América do Sul, o que levou aos recordes mensais de exportação do grão. 

Na agricultura, por outro lado, as culturas como a do tomate não registraram avanço e a produção de feijão foi ruim para Goiás, tanto pelo preço mais baixo quanto pela menor área plantada. No País, o ano também foi de destaque para produção de etanol, que teve crescimento de 11,16%, e consequente queda de 9,5% na produção de açúcar, pela diminuição no valor. Mas o grande impacto negativo do agro foi vivenciado pelo setor de carnes.

Pecuária

“Houve problemas com a BRF, acarretando embargos de vários países, e afetou principalmente no setor de aves e suínos. De janeiro a outubro deste ano, nas exportações de frango tiveram queda de 21,7% no Brasil e de suíno, 36%. Para a carne bovina o resultado foi estável, 0,2% de queda”, destaca Edson Novaes ao ressaltar que o setor enfrentou ainda mais obstáculos em 2017. Fora os prejuízos na cadeia do leite por conta da queda do consumo, preço de problemas como greve dos caminhoneiros. Para ele, carne e leite foram produtos que mais sentiram retração e expectativa de 2019 é de que haja recuperação. “Com a queda de produção de leite, Goiás já havia passado de quarto para quinto maior produtor no País na comparação entre 2017 e 2016”, lembra. 

Desafios 

Há desafios grandes com relação à retomada de consumo interno e externo e há uma grande expectativa de que reformas sejam aprovadas pelo governo federal. “Há ainda questões antigas, como segurança rural e maior investimento em infraestrutura para escoar produção, que persistem como pontos de atenção para o setor”, pontua o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) José Mário Schreiner.  

Capacitação 

Durante a coletiva, o superintendente adjunto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) Dirceu Borges destacou os números da entidade que em 2017, realizou mais de 6 mil treinamentos e capacitou mais de 51 mil pessoas. Já nos Cursos de Educação a Distância (EAD), a entidade somou mais de 17 mil alunos, que participaram de cursos à distância e, em sua maioria, via online. “Foram mais de 300 mil pessoas impactadas diretamente pelas ações, cursos, treinamentos e programas do Senar Goiás em 2018”, destaca Borges. 

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