CI

Agroecologia: Intercâmbio na feira

Projeto conta com cerca de 3,3 mil grupos de agricultores na região Sul


Projeto conta com cerca de 3,3 mil grupos de agricultores na região Sul

Porto Alegre – Os produtos agroecológicos, aqueles produzidos sem agrotóxicos e que observam os cuidados com o meio ambiente, deixaram de ser consumidos apenas como moda. Agora integram um estilo de vida. No Rio Grande do Sul, verduras, legumes, frutas, grãos e muitos outros produtos abastecem principalmente feiras e mercados especializados que têm a oferta diversificada graças a intercâmbios com produtores de todas as regiões do Estado e de fora dele.

Conhecimentos trocados há mais de 20 anos por famílias agricultoras fizeram com que uma rede de produtores ecológicos se formasse para que mais consumidores tivessem acesso a produtos exclusivos de uma ou outra região. Hoje, mais de 3,3 mil famílias produtoras no Sul brasileiro integram o projeto da Rede Ecovida e distribuem o excedente de suas produções a outras regiões.

Responsável pelo abastecimento de feiras ecológicas, a rede integra núcleos do Paraná e de Santa Catarina com oito regiões do Estado (veja quadro). No Rio Grande do Sul, 1,2 mil famílias distribuem suas produções para abastecer o mercado agroecológico dentro e fora das fronteiras gaúchas. Uma movimentação financeira de cerca de R$ 20 milhões por ano somente em feiras e lojas especializadas no Estado.

– A família produtora não pode ter monocultura, tem que respeitar o ecossistema e o objetivo é a produção auto suficiente. O que é produzido além da necessidade da família ou da comunidade próxima, é então comercializado nas feiras – explica o produtor Lauro Foschiera, do núcleo de Passo Fundo.

Com a rede formada e as propriedades fiscalizadas pelos próprios agricultores que a compõem, as mercadorias recebem selos de qualidade que garantem a procedência e assim ganham as bancas das feiras ecológicas. No Estado, as oito regiões têm produções exclusivas que são distribuídas para garantir a diversidade aos consumidores. O café e o açúcar cristal orgânicos, por exemplo, vêm de São Paulo. Daqui saem frutas, batata doce, beterraba, farinhas, entre outros produtos.

– A rede é fundamental tanto para a troca de produtos quanto de experiências e estudo na área – entende o agricultor Ary Cargnino.

Cargnino, 51 anos, agricultor ecológico desde que nasceu, em Ipê, a Capital Nacional de Ecologia, atualmente mantém em Caxias do Sul uma fruteira especializada em produtos ecológicos.

– A agroecologia é um estilo de vida. Sempre lidei com a terra e sempre sem químicos, respeitando a natureza. E hoje essa rede é fundamental para abastecer todos que optam por esses produtos – diz Cargnino.

Na metade deste mês, mais de 30 produtores se reuniram na Universidade Monã, voltada à agroecologia, em Canela, para discutir melhorias da produção e logística, incluindo uma nova rota no Estado.

A região das Hortênsias deve receber o mais novo núcleo da rede, mas não com o enfoque no fornecimento. A intenção é fazer com que os caminhões carregados de produtos agroecológicos cheguem à região para abastecer os restaurantes e também as escolas.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.