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Agroindústria vive o caos devido à greve dos fiscais

A greve levou as indústrias a suspender os abates de 180 mil aves em Santa Catarina


A greve dos fiscais federais agropecuários está corroendo a estrutura da agroindústria catarinense. O quadro, para o setor produtivo, se agrava rapidamente. Quarta-feira (01-08), o movimento forçou uma empresa no Sul do Estado a paralisar as atividades por um dia.

Os trabalhos no setor de abate da empresa Seara/Cargill, de Forquilhinha, foram suspensos, já que no porto de Itajaí há grande acúmulo de contêineres e não há como escoar a produção. Somente ontem, cerca de 180 mil aves deixaram de ser abatidas, 350 toneladas de frango.

Os 19 caminhões frigoríficos que ficaram estacionados no pátio da empresa retomaram as viagens no primeiro turno de hoje. De acordo com o gerente geral da unidade, Marcos Pelissa, dois mil funcionários foram dispensados dos trabalhos. E não está descartada a possibilidade dessa atitude se repetir, caso não as negociações entre governo federal e fiscais não evoluam.

- O escoamento para o mercado interno, graças a Deus, está liberado. O problema é que 90% da nossa produção é exportada. Hoje os caminhões comportam 24 toneladas a temperatura de -10°C, ligados na energia para manter o trabalho de refrigeração. Mas não podemos manter por muitos dias - alerta. Produção está avançada e não pode atrasar o abate

Apesar do risco que a empresa corre em liberar a carga, Pelissa afirma que é necessário o caminhão viajar e trazer de volta o contêiner vazio para o reabastecimento para não aumentar o prejuízo, já que o frango que está no peso ideal de abate não pode ser mantido no campo.

- Daqui a pouco, se o frango sair da calibragem ideal o mercado rejeita, não há nem devolução, simplesmente não exportamos. E daí o sistema entrará em colapso porque o país não tem estrutura para absorver esse volume de produção - lamenta. Ontem, os fiscais agropecuários de Itajaí receberam o comando de greve de Florianópolis, composto por 20 fiscais. Eles realizaram duas assembléias.

O objetivo do manifesto dos grevistas é motivar os servidores a manter a greve até que o governo federal apresente uma proposta que esteja de acordo com as reivindicações feitas pela categoria.

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