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Agronegócio quer esquecer o ano de 2006

O produtor rural brasileiro gostaria de passar uma borracha neste ano


O produtor rural brasileiro gostaria de passar uma borracha no ano que está se encerrando. Os preços deprimidos das commodities, a crise provocada por questões sanitárias tanto internas quanto externas, o real valorizado ante o dólar e o acúmulo de dívidas provocaram uma das maiores crises dos últimos 40 anos no setor. Pelo segundo ano consecutivo a receita da lavoura registrou queda, somando R$ 100,9 bilhões, redução de 4,9% em relação a 2005, segundo levantamento da RC Consultores.

Diante deste cenário, o governo precisou socorrer o campo, editando pacotes com renegociação de dívidas e liberando mais recursos para o apoio à comercialização da safra. Estima-se que o alongamento dos débitos chegou a R$ 20 bilhões. "O ano começou ruim, os produtores equacionaram as dívidas e voltaram a ter poder de compra", diz Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica.

Por conta da falta de capacidade de renda e diante de nenhuma perspectiva de uma recuperação no campo - não consumada, pois houve reversão no último trimestre -, os produtores ficaram cautelosos. O uso dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES para investimentos caíram 23% de julho a novembro deste ano (R$ 1,688 bilhão) em relação aos US$ 2,191 bilhões aplicados em igual período de 2005, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os desembolsos para custeio e investimento caíram 3%.

De julho a novembro as instituições financeiras desembolsaram R$ 23,624 bilhões, apenas 38% dos recursos disponíveis (R$ 60 bilhões), enquanto que em igual período do ano passado foram contratados R$ 23,6 bilhões. Ou seja, 44% dos R$ 53,35 disponíveis. Para os técnicos do ministério, a menor aplicação ocorreu porque os bancos estavam mais preocupados em renegociar as dívidas.

Não só os agricultores tiveram dificuldades em 2006. Os criadores de aves, suínos e bovinos também foram afetados por problemas decorrentes dos episódios de febre aftosa e, externamente, da gripe aviária, que reduziu as exportações de frangos e suínos e deprimiu os preços do boi.

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