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Agropecuária cresce 27,6% e puxa o PIB de MG

O café (31,1%) e a cana-de-açúcar (26,2%) contribuíram para o bom desempenho


O terceiro trimestre do ano foi bastante positivo para Minas Gerais. Especialmente devido à recuperação da atividade agropecuária, que registrou um crescimento de 27,6% no período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado apresentou uma expansão de 5%, de acordo com os dados da Fundação João Pinheiro (FJP). No acumulado do ano até setembro, a variação é de 3,2% na comparação com 2005. Os dois índices estão acima da média nacional, de 3,2% e 2,5%, respectivamente. Individualmente, o café (31,1%) e a cana-de-açúcar (26,2%), além dos veículos automotores (15,6%) e da construção (7,2%) contribuíram para o bom desempenho.

Segundo a superintendente de Estatísticas Econômicas da FJP e coordenadora do Setor de Contas Regionais de Minas Gerais, Maria Helena Magnavaca, o terceiro trimestre, tradicionalmente, tem um peso forte no resultado do ano. "A colheita da cana e do café, que se concentram nesse período, e as encomendas de Natal, puxam os indicadores. Além disso, o setor industrial, apesar de ter registrado um crescimento pequeno (3,5%), tem um impacto grande, porque sua participação é de 47% no resultado global. E houve alta em oito das 12 atividades pesquisadas", comenta, lembrando que a indústria de Minas cresce há 13 trimestres consecutivos, e a metalurgia sustenta uma expansão da ordem de 5% há dois trimestres.

A construção civil, bastante aquecida, principalmente em função de obras de infra-estrutura na capital e em rodovias vicinais no Estado e por investimentos na mineração, siderurgia e hidrelétricas, também favoreceu os números do PIB. "A recuperação começou a partir de 2004 e vem se mantendo, mas fundamentada na construção pesada. Apenas no terceiro trimestre, o nível de ocupação no setor já subiu 14,2%", detalha a economista. Já o crescimento do segmento de veículos, que puxou o indicador industrial, está amparado, especialmente, no acréscimo de 22% das vendas domésticas. Os demais setores com acréscimo foram minerais não-metálicos (2,8%), com destaque para cimento, indústria têxtil (1,3%), metalurgia (5,4%), extrativa mineral (6,5%), bebidas (7%) e alimentos (3,8%).

O grupo Serviços também não deixou a desejar e registrou um acréscimo de 2,2%, com destaque para o comércio, com variação de 3,6%. "De uma maneira geral, o cenário externo favorável, em razão do crescimento de países importadores de produtos mineiros e dos baixos juros internacionais, contribuiu para os bons resultados. Aliado a isso, houve o fortalecimento do consumo doméstico, devido à inflação controlada, redução do desemprego e aumento da renda e do crédito", argumenta Maria Helena.

De outro lado, o setor agropecuário, apesar da expansão no terceiro trimestre, que recupera as perdas dos seis meses anteriores, ainda é motivo de preocupação. Além da cana-de-açúcar e do café, que seguraram a produção vegetal, da cebola (16,8%) e do abacaxi (9,2%), todos os demais 16 produtos da safra agrícola registraram retração. "Os produtos foram penalizados por uma série de fatores, especialmente condições climáticas desfavoráveis e baixa cotação da produção, que desestimula investimentos", avalia a pesquisadora do Centro de Estatísticas e Informações (CEI) da FJP, Maria de Fátima Almeida Barbosa Gomes, observando que o Valor Adicionado (VA) dos grãos, por exemplo, caiu 17,4% no ano. "O VA agropecuário, sem o café, seria de 20,3% no trimestre, ainda segurado pela cana, e -4,6% no ano, contra os 5% do resultado global do trimestre", ressalta. A bovinocultura se mantém estável, com alta de 14,1% no terceiro trimestre de 2006.

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