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Agropecuária é maior fonte de riqueza para 70% dos municípios

A pesquisa sobre o PIB municipal feita pelo IBGE mostra as atividades econômicas mais fortes no Paraná


A pesquisa sobre o PIB municipal feita pelo IBGE mostra as atividades econômicas mais fortes no Paraná. Colocados no mapa, os dados do estudo revelam um estado onde cerca de dois terços das 399 cidades têm as economias puxadas pela agropecuária. A maior concentração dos locais onde essa atividade econômica é a mais forte está nas Regiões Sul, Centro e Oeste.

O mapa econômico mostra também uma concentração industrial forte. Cerca de 15 cidades têm nessa atividade a locomotiva da produção de riquezas. A maior parte dos municípios com essa característica está perto de Curitiba e Ponta Grossa. Há também “ilhas” industriais, como Foz do Iguaçu.

“Curitiba virou um pólo regional de indústria e serviços. Ponta Grossa foi influenciada pela capital e é hoje uma porta de entrada para as regiões agrícolas do estado”, afirma o economista Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do curso de Economia da FAE Business School.

Londrina aparece como outro centro que tem força nos setores de indústria e serviços. Essa característica surgiu praticamente junto com a cidade, ganhando ritomo nos últimos 40 anos, quando ela se firmou como referência para os municípios agrícolas da região Norte do estado.

A região central apresenta um contraste. As cidades mais próximas de Ponta Grossa já têm uma indústria incipiente, voltada principalmente para o agronegócio. Mas municípios mais distantes, isolados na área central do estado, têm na agropecuária a maior fonte de riqueza. Isso significa que a agregação de valor pelo beneficiamento dos produtos agrícolas ainda é baixa.

“São cidades com mais dificuldade, que dependem de outros centros”, diz o economista Igor Zanoni, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Elas têm em comum a pouca diversificação de lavouras. Em alguns casos, os terrenos acidentados e pouco férteis reduzem a produtividade. “Com isso, a atividade econômica nos outros setores é inibida”, analisa Zanoni.

No Norte do Paraná ocorre o fenômeno da forte instalação do setor de serviços. Dezenas de municípios da região têm as economias puxadas por comércio, assitência técnica, bancos, entre outras atividades. “Isso ocorre porque ali a atividade agrícola é mais diversificada. O resultado é uma demanda maior por serviços”, diz Mendes Lourenço.

Além de apontar as atividades mais importantes, a pesquisa do IBGE permite que sejam identificados os municípios que mais avançaram ou retrocederam no período de 1999 a 2002. No Paraná, a cidade de Japira é a campeã em crescimento – 215% em três anos. Atrás dela vêm Campo do Tenente e Quitandinha. Entre os locais com maior PIB do estado, Araucária é o que obteve melhor resultado: expansão de 72%.

Entre 1999 e 2002, 15 cidades tiveram o PIB reduzido. O caso mais agudo é de Carlópolis, onde houve uma retração de 23% na riqueza gerada. As quedas podem ser causadas por fatores sazonais, como problemas na safra agrícola. Carlópolis, por exemplo, tem no café um de seus principais produtos e uma quebra na colheita em 2000 foi um dos fatores que atingiram o município.

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