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Agropecuária lidera a expansão do emprego

Somente em julho, foram 6.589 novas vagas formais, com destaque para a agropecuária, que criou 4.399 novos postos


De janeiro a julho deste ano, a Bahia criou 52.840 novos postos de trabalho com carteira assinada e, faltando ainda cinco meses para o final de 2008, se aproxima das 58 mil novas oportunidades oferecidas em todo o ano de 2007.

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, somente em julho, foram 6.589 novas vagas formais, com destaque para a agropecuária, que criou 4.399 novos postos, e o setor de serviços, com de 3.040. Por outro lado, na construção civil houve o fechamento de 1.425 postos. A se confirmar a tendência, o Estado pode terminar o ano com o melhor desempenho da década, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

A administradora de empresas Sâmela Oliveira foi uma das felizardas com a conquista de um emprego de secretária-executiva no setor de serviços. "Estou bastante satisfeita pois estou em um local que me oferece qualidade de vida", destaca, citando o bom ambiente entre os colegas.

O interior do Estado foi responsável por 98,6% dos novos postos de trabalho, em julho, enquanto a Região Metropolitana de Salvador respondeu por apenas 1,4%. Para o diretor-geral de Pesquisas da SEI, José Ribeiro, os resultados da agricultura explicam os dados. "O impacto da atividade agropecuária nas pequenas cidades é bastante significativo", avalia Ribeiro.

CAMAÇARI - Com uma retração no número de postos de trabalho em 2.754, o município de Camaçari, com forte atividade industrial, ficou em último lugar entre os municípios baianos pesquisados pelo Ministério do Trabalho.

Entretanto, o desempenho geral da indústria, segundo os dados do Caged, foi estável, com um pequeno aumento no número de trabalhadores contratados em 0,56%.

A cidade de Casa Nova, a 572-km de Salvador se destacou em julho, sendo responsável pela criação e 1.301 novos postos, ficando atrás apenas de Salvador, que gerou 2.421 novas vagas. Percentualmente, o desempenho de Casa Nova representa um crescimento de 24,71%, enquanto para Salvador o aumento foi de apenas 0,51%.

SAZONALIDADE - As vinícolas, capazes de produzir mais de um milhão de litros de vinho por ano, são apontadas como grandes responsáveis pelas contratações de pessoal em Casa Nova. "A caprinocultura e as plantações de uva respondem por quase 100% da mão-de-obra contratada", avalia o diretor-geral de Pesquisas da SEI.

Ele acredita que parte das vagas se deve à sazonalidade da agricultura, mas acredita que muitos postos devem se manter pelo fato de a cidade, com a segunda maior zona rural do Estado, colher duas safras de uvas por ano. Além de Casa Nova, destacaramse na criação empregos Juazeiro, Barra do Choça e Itapetinga.

"Todas com muita influência da agropecuária", enfatiza José Ribeiro.

Apesar do crescimento, o número de oportunidades criadas na Bahia foi um pouco inferior às do restante do Brasil, com um aumento 0,67%. Em relação ao Nordeste, a diferença foi de 0,96%.

"Para o Estado não causa preocupações por se tratar apenas de um mês isolado", explica Ribeiro.

Numa análise dos resultados parciais do ano, destaca, verificase um crescimento em todos os setores produtivos.

Principal destaque negativo em julho, com uma retração de 1.425 vagas, a construção civil é apontada como possível responsável para a geração de muitos empregos no segundo semestre, com o início de obras de infra-estrutura previstas no Plano de Aceleração do Crescimento ( PAC).

"Seria imprudente definir um número para este crescimento, mas sem dúvidas, caminha-se para o melhor desempenho da década", analisa Ribeiro.

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