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Álcool atrai investidor para Minas Gerais

A crescente demanda por álcool tem encorajado investidores a se moverem da fronteira de SP em busca de mais terras para plantar a cana-de-açúcar


A crescente demanda por álcool combustível tem encorajado investidores a se moverem da fronteira do Estado de São Paulo para uma importante região cafeeira de Minas Gerais, em busca de mais terras para plantar a cana-de-açúcar.

Apesar do entusiasmo, os produtores ainda não ocupam a área do café: eles estão abocanhando campos de soja mais planos e pastagens, áreas que têm sido menos lucrativas do que as de café nas montanhas, já que o produto tem registrado recuperação nos preços.

Independentemente de algumas joint-ventures envolvendo fundos de investimento estrangeiros, a maior parte dos investidores em álcool são brasileiros.

Eles estão mirando o Triângulo Mineiro, no sudoeste de Minas Gerais, onde quatro acordos foram assinados na semana passada para investimentos de 600 milhões de dólares na construção de quatro usinas de açúcar e álcool.

A Siamig, que representa os produtores de álcool e açúcar de Minas Gerais, informou que cerca de US$ 2,5 bilhões devem ser investidos em 17 projetos do Triângulo Mineiro, que poderiam produzir 3,9 bilhões de litros de álcool até 2012/13.

"O clima e o terreno são semelhantes aos de Ribeirão Preto", disse à Reuters o presidente do Siamig, Luiz Custódio Cotta Martins, referindo-se à mais importante região produtora de cana do Estado de São Paulo, que produz dois terços da gramínea no país.

Falando por telefone de Belo Horizonte, Martins disse que há grandes áreas planas que podem ser utilizadas para a produção mecanizada de cana.

"O município de Uberaba (no Triângulo Mineiro) possui 40% de pastagens, das quais 80% estão degradadas", ele disse. Martins acrescentou que Minas tem mais de 800 municípios, e que a área de Uberaba é equivalente ao total atual de área plantada com cana no Estado.

O presidente da Siamig afirmou que está trabalhando com o governo em um programa de zoneamento da cana, com o objetivo de evitar o acúmulo de usinas, assegurar o meio ambiente e evitar que as cidades se tornem muito dependentes de uma única lavoura.

Minas, em breve, o segundo produtor

Técnicos do governo afirmam que Minas Gerais está preparado para superar o Paraná como o segundo maior produtor de cana do país. "Tem o clima certo, terras planas e pode se beneficiar da logística de São Paulo", declarou Wellington Teixeira, analista de açúcar da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Brasília.

Ele observou que a área de cana no Estado aumentou 13,7%, para 420 mil hectares em 2006/07 (maio/abril), na comparação com a safra passada, e agora o Paraná tem uma plantação apenas 18 mil hectares maior do que Minas.

O plantio de cana está crescendo rapidamente também nos vizinhos do Centro-Oeste, em Goiás e Mato Grosso do Sul, mas as áreas são bem menores. As taxas de crescimento de cana nos Estados do Nordeste são elevadas, mas a base é fraca.

Lideranças da cafeicultura afirmaram que o setor também está indo bem. "A área de café está estável no Cerrado, há algumas renovações, com pés sendo substituídos", disse Reinaldo Caetano, vice-presidente do CACCER (Conselho dos Cafeicultores das Associações do Cerrado).

Por telefone, falando de Patrocínio, no Triângulo Mineiro, Caetano afirmou que os preços estão se recuperando nos últimos seis meses, e que os produtores estão altistas, devido à safra menor que se aproxima.

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