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Álcool perde competitividade frente à gasolina

As alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços oscilam entre 12% e 30%


Os gargalos logísticos e a tributação incidente sobre o preço do álcool são fatores que elevam de forma mais significativa os custos do combustível nos estados mais distantes das regiões produtoras. As alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) oscilam entre 12% e 30%. O Pará tem a maior taxa (30%), enquanto São Paulo, o maior estado produtor de álcool do Brasil - respondendo por 65% da distribuição nacional - obtém a menor alíquotas do País (12%), segundo o superintende de abastecimento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Roberto Ardenghy.

Este fator, diz o executivo, faz com que o preço do álcool tenha uma diferença de cerca de 30% entre alguns estados. "A tributação acaba tendo peso importante na formação do preço do álcool, junto com o custo do frete’’, disse Ardenghy. A pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Marta Cristina Marjotta-Maistro, ressalta que se o preço do álcool ficar inviável, o consumidor poderá migrar para a gasolina. "Da mesma forma que a demanda pressiona o preço para cima, ele pode puxar o preço para baixo", disse.

Ardenghy afirmou que a tendência é que o preço aumente menos nesta entressafra em relação à anterior, pois a produção atual da cana-de-açúcar é maior. Além disso, os consumidores estão mais atentos. "Se o preço subir muito eles voltam para a gasolina’’, diz.

Segundo Ardenghy, dos 27 estados brasileiros, apenas seis - São Paulo, Alagoas, Mato Grosso, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Pernambuco - são auto-suficientes na produção de álcool. Os estados mais dependentes do combustível são Amazonas, Tocantins, Acre, Roraima, Amazonas, que compram 100% do que consomem.

Anteontem a ANP anunciou que em oito capitais brasileiras, incluindo a dos cinco estados citados, não vale mais a pena abastecer os veículos com o álcool, pois o preço já supera os 70% em relação ao da gasolina. Segundo analistas, para ser rentável, o álcool precisa custar até 70% do valor da gasolina.

Pelos cálculos da ANP, os preços dos álcool hidratado praticados nas usinas subiram 2,66% nas últimas quatro semanas, saindo de R$ 1,48 para 1,54. Em dezembro de 2005, o litro custava R$ 1,54 e em janeiro de 2006 R$ 1,71, um alta de 11%. Em dezembro passado o valor era de R$ 1,50 e agora R$ 1,54.

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