O plantio da soja começa este mês, e os produtores devem ficar atentos quanto aos perigos do mofo na lavoura. O alerta é dos pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). O mofo branco é uma doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, que atinge inúmeras espécies vegetais como girassol, algodão, feijão, batata, soja, entre outros. O fungo, que pode atacar o caule e as folhas, destruindo a planta inteira, depende de temperaturas amenas, umidade (chuvas freqüentes) e se prolifera rapidamente.
A pesquisadora Dulândula Wruck, da Epamig Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, chama a atenção para, principalmente, a infestação em soja, já que a região é grande produtora. "A doença afeta a formação de grãos, pois o fungo infecta a planta sistematicamente", afirma a pesquisadora.
Como os danos causados são inúmeros, Dulânlula alerta para os cuidados com as sementes, já que o mofo é transmitido por elas. "Cinqüenta por cento dos produtores não estão comprando sementes certificadas e não têm a tecnologia adequada para utilizar as próprias sementes e fazer o plantio. Para a doença não proliferar é importante adquirir sementes certificadas e fazer uso sistêmico de fungicidas protetores", alerta a pesquisadora.
Ela ressalta que o uso de plantio direto utilizando palhada como, por exemplo, Brachiária ruzizienses, tem diminuído a disseminação da doença na área de plantio. "A palhada, quando bem formada, pode funcionar como barreira à disseminação do fungo, e impedir a germinação dos escleródios por falta de luz, além de favorecer a ação dos microorganismos antagonistas do solo," explica. "Realizar o tratamento de sementes, fazer rotação de cultura com gramínea, usar plantio direto com eficiência, evitar uso de cultivares com crescimento indeterminado e o controle de plantas daninhas, são as medidas corretas para prevenção contra o mofo branco", conclui a pesquisadora.
Granizo no Café
A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais recomenda aos produtores de café, cujas lavouras foram atingidas por chuvas de granizo, que procurem os escritórios da Emater-MG para fazer um laudo técnico que comprove o sinistro. "Esse laudo é fundamental para qualquer negociação juntos aos agentes financeiros que concederam crédito para custeio das lavouras", explica o assessor de Café da Secretaria, Wilson Lasmar. Dados preliminares da Emater-MG e das cooperativas indicam que as chuvas de granizo ocorridas em setembro atingiram cerca de 20 mil hectares das lavouras mineiras de café.
Agronegócio
Alerta contra mofo
Doença pode atacar lavoura do grão, que já está em fase de plantio
Por:
Estado de Minas