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Algodão: Cultura recente, mas marcante

Produção de algodão no Mato Grosso proliferou e hoje responde por 50% da produção nacional


Mesmo com poucos anos de história, produção de algodão em Mato Grosso proliferou e hoje o estado responde por 50% da produção nacional e 60% da exportação

O algodão é uma cultura recente em Mato Grosso, com a produção em larga escala iniciando apenas em meados da década de 1990, aumentando significativamente desde então. O Estado é o principal produtor do país, responsável por cerca de 50% da produção e 60% da exportação Nacional. O início de tudo, porém, de acordo com Mário Patriota, um dos precursores do plantio da cultura no Estado, foi no Chapadão do Parecis em 1989, quando o Grupo Itamarati, do empresário Olacyr de Moraes, iniciou um programa de melhoramento genético. Já que os poucos cultivares que existiam por aqui na época eram de baixas qualidade e produtividade e muito sensível a pragas e doenças diversas.


Dessa maneira, as fazendas Itamarati, juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária  (Embrapa), desenvolveram a espécie de algodão ITA 90 (Ita, de Itamarati e 90, pelo ano de seu desenvolvimento), um tipo com maior resistência a ramulose, mancha de ramulária e pinta preta, algumas das doenças mais comuns no algodão brasileiro e de maior produtividade. O ITA 90 representou uma verdadeira revolução na cultura de algodão no Brasil. “Tivemos muitas dificuldades naquela época, muitas pessoas que fazem parte dessa cadeia produtiva hoje não têm idéia de como foi no início. Não sabíamos a época do plantio, quais as melhores  variedades a serem plantadas e não sabíamos como combater as pragas que ia aparecendo. Mas superamos as adversidades e deixamos de ser importadores de algodão, para nos tornarmos o maior exportador do país”, diz  Mário Patriota, que paralelamente ao grupo Itamarati iniciou o plantio na região Sul do Estado, na região de Itiquira e Rondonópolis.

Segundo Décio Tocantins, diretor executivo da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) foi na década de 1990 que as primeiras lavouras em Rondonópolis começaram a ser plantadas com outro perfil, mais empresarial e com o cultivo do algodão surgindo como alternativa para rotação com a soja no Cerrado. Isso porque nos anos de 1960 aquele região era conhecida como a “Rainha do Algodão”, quando havia a predominância de pequenos produtores e Mato Grosso praticamente não tinha importância como produtor de algodão, o plantio era de cerca de 40 mil ha/ano. Os principais precursores do algodão no Estado, na década de 90, foram: Adilton Sachetti, Mário Patriota, Benjamin Zandonadi, Daniel Montoro, entre outros.

O diretor executivo da Ampa diz ainda que a cotonicultura foi impulsionada pelo fato de ter obtido uma rentabilidade maior que a da tradicional soja da época. No entanto, em 1995, os produtores mato-grossenses tiveram um problema sério de doença na lavoura de algodão e, como não tinham condições de lutar contra essa enfermidade sozinhos, eles se uniram para investir em pesquisas com objetivo de adaptar as técnicas existentes na cotonicultura às condições do Cerrado mato-grossense. Foi aí que surgiu a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), fundada em 16 de setembro de 1997 para organizar o setor produtivo e, de uma certa forma, coordenar esses investimentos em pesquisa.


Em 1997, em atendimento a um pleito dos produtores de algodão, o governo de MT criou o Programa de Apoio à Cultura do Algodão Proalmat. A mesma lei que criou o Proalmat instituiu o Fundo de Apoio à Cultura do Algodão (Facual), cujos recursos eram destinados à pesquisa, defesa fitossanitária e outras ações que visassem o  desenvolvimento da cultura do algodão em MT. Graças a um aporte significativo de recursos para a pesquisa, houve um incremento muito grande de área de plantio de algodão. Mato Grosso suplantou Goiás e se firmou como produtor de mais da metade do algodão brasileiro posição ocupada até hoje.

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